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Mercado da soja volta a subir na bolsa de Chicago

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Por volta das 7h30 (horário de Brasília), a soja subia pouco mais de 6 pontos nos contratos mais negociados, enquanto no trigo os ganhos variavam de 0,50 a 1,50 ponto. No milho, os preços dão continuidade ao movimento positivo e registram ligeiro avanço.

Segundo analistas, o mercado sente a pressão do avanço da colheita nos EUA e do plantio da soja na América do Sul, além de uma maior área plantada sulamericana, entretanto, se volta também aos fundamentos de estoques ainda muito apertados e de uma demanda que ainda opera com um ritmo acelerado.

"Esse aumento de área que está sendo projetado é uma verdade que estamos vendo nos campos, mas a realidade da safra é outra. Temos quatro meses de clima pela frente que ninguém sabe ao certo como será. E a demanda chinesa está acelerada, eles estão comprando muito, nesses últimos dias aproveitaram que o USDA está fechado e não está divulgando informações e compraram muita soja sem fazer alarde. Somente na última semana, os EUA venderam 1,2 milhão de toneladas e a maior parte foi para a China", explica Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (15):

Plantio da soja avança na América do Sul e pressiona preços em Chicago

O cenário climático mais favorável para o plantio da soja na América do Sul foi um dos fatores de pressão para os preços no mercado internacional nesta terça-feira (15). Na sessão regular na Bolsa de Chicago, os vencimentos mais negociados da oleaginosa encerraram o dia perdendo entre 1,25 e 6 pontos. Segundo a Oil World, na temporada 2013/14, a semeadura em importantes produtores sulamericanos será recorde.

Segundo a consultoria alemã, os produtores nos cinco principais produtores da América do Sul deverão cultivar cerca de 54,2 milhões de hectares, 2 milhões de hectares a mais do que na temporada 2012/13. Assim, esses primeiros indicativos já começam a ser observados e precificados pelo mercado internacional, segundo explicou o analista Vinícius Ito, da Jefferies Corretora.

"Nós tivemos um desenvolvimento positivo na América do Sul, um potencial melhor de chuvas na Argentina e um anel de alta pressão que estava estacionado na parte central e norte do Brasil está, aparentemente, se deslocando e permitindo a passagem de mais chuvas. (...) Isso deixou uma perspectiva de que a América do Sul poderia atingir uma área grande como indicam as estimativas, principalmente no Brasil", disse.

Para Ito, a grande diferença entre os preços da soja, tanto em Chicago quanto no Brasil, também estimulam os produtores a se voltarem mais para o cultivo da soja, o que também atua como fator de pressão negativa para os preços.

O avanço da colheita nos Estados Unidos é outro fator que completa o quadro de cotações pressionadas para a soja. Segundo o analista, na última semana, os trabalhos de campo evoluíram bem. Porém, para essa semana, há algumas chuvas previstas, no entanto, a expectativa do mercado é de que a colheita já alcance o índice de 60% até o próximo domingo (20).

Paralelamente ao desenvolvimento das safras tanto nos EUA quanto na América do Sul, o mercado ainda observa com atenção a paralisação do governo norte-americano com o impasse político no país. Democratas e republicanos ainda não chegaram a um acordo a dois dias do prazo final antes que os Estados Unidos, teoricamente, entrasse em calote.

"No caso da soja, dos mercados agrícolas, não sabemos se há exportações, como anda a colheita, a classificação das lavouras, e no mercado financeiro isso impacta em uma magnitude muito maior, pois há vários dados que não estão sendo divulgados nessas últimas três semanas. O mercado está bastante aflito, e geralmente, os investidores começam a reduzir suas posições ou ficam temerosos em iniciar novas posições até que haja uma definição", explica Ito.

O que limita o potencial de baixa do mercado, no entanto, é a demanda ainda muito aquecida. Apesar da falta de informações oficiais, há rumores de que a China estaria realizando boas compras de soja e milho nos Estados Unidos. "Sabemos que, na semana passada, a China teria voltado de seu feriado e comprado, potencialmente, 1 milhão de toneladas. Esse rumor foi aumentando e hoje já há rumores de que a China teria comprado de 2 a 2,5 milhões de toneladas dos EUA, e estariam procurando embarques para dezembro, janeiro e até abril, o que e atípico", explicou o analista da Jefferies.

Milho - No mercado do milho, os preços fecharam o dia do lado positivo da tabela nesta terça-feira, com o mercado observando também algum movimento da demanda, além de tentar efetivar uma recuperação técnica após sessões consecutivas de baixas.
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