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OIA rejeita 'golpe tremendo' no mercado por incêndio na Copersucar

Estadão Conteúdo

 Os mercados globais de açúcar devem ser capazes de trabalhar com uma possível perda de parte da capacidade da Copersucar, após o incêndio que danificou o terminal de carregamento da exportadora brasileira no Porto de Santos (SP) na última sexta, dia 18. A expectativa foi apresentada pelo diretor executivo da Organização Internacional do Açúcar (OIA), Peter Baron, nesta segunda, dia 21.

– Eu não acho que será um golpe tremendo porque estamos em um mercado com excedente, pode até dar algum alívio ao mercado dependendo da quantidade [perdida] –disse Baron, acrescentando não saber a extensão total do dano no terminal.

– Obviamente quando algo ocorre em Santos é um fator grave – enfatizou.

A Copersucar, maior exportadora de açúcar e etanol do Brasil, disse que as chamas atingiram 180 mil toneladas de açúcar bruto. Os preços do demerara em Nova York subiram para 20,16 cents/lb, máxima intraday em quase um ano, depois da notícia do incêndio. Em nota divulgada na sexta, a Copersucar informou que a companhia está desenvolvendo um plano de contingência para suas operações, "buscando minimizar os impactos do incidente", sem detalhar qualquer alteração nos prazos de entrega. Antes da divulgação do comunicado, a empresa havia dito que era muito cedo para dizer se conseguiria cumprir seus compromissos de entrega.

A OIA espera um superávit de cerca de 4,5 milhões de toneladas para a safra global 2013/2014, destacou Baron. A produção de açúcar no mundo em 2013/2014 deve totalizar 180 milhões de toneladas, enquanto a demanda global deve somar pouco mais de 175 milhões de toneladas. Segundo ele, é possível que a oferta e a demanda se equilibrem na temporada seguinte.

– Há indícios de que será desse jeito – afirmou Baron. Segundo ele, a OIA não vê grandes questões que possam colocar essa expectativa em risco.

As exportações da Tailândia devem alcançar um recorde de 8 milhões de toneladas este ano. Já a Índia deve vender ao exterior de 2,5 milhões a 3 milhões de toneladas. Uma perspectiva de alta para o mercado de açúcar é a crescente demanda na China, conforme Baron. O país já é um grande importador e, com o consumo aumentando, provavelmente importará até 6 milhões de toneladas de açúcar por ano até 2020, apontou Baron.

Datagro avalia destruição de terminal açucareiro como tragédia

O presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari, classificou como tragédia o incêndio que destruiu parcialmente o terminal açucareiro da Copersucar do Porto de Santos. Ele lembrou que o terminal é o maior do mundo, com capacidade de exportação de 10 mil toneladas de açúcar por ano. O comentário do executivo ocorreu na abertura da 13ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, que se inicia nesta segunda, 21, e vai até terça, 22, em São Paulo.

Nastari disse ainda que o setor sucroenergético precisa de um choque de confiança, depois de quatro anos de dificuldades com cenário adverso e clima desfavorável. Para ele, o etanol de segunda geração é "uma grande oportunidade".



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