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Notícias / Economia

Tesouro emite US$ 3,2 bi em bônus soberano no exterior

O Globo

 O Tesouro Nacional emitiu US$ 3,2 bilhões em bônus soberanos (títulos da dívida externa) denominados em dólares, Global, com vencimento em janeiro de 2025 nos mercados americano e europeu. Uma parte do valor será paga pelos investidores em dinheiro. A outra será paga com títulos antigos nas mãos do mercado e que o Tesouro se dispôs a trocar.

Segundo nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, o governo também poderá estender a emissão para o mercado asiático num limite de US$ 50 milhões. O resultado final da captação será divulgado hoje. A taxa de retorno para o investidor do Global 2025 foi fixada em 4,3% ao ano, a mais alta desde julho de 2010 para títulos de dez anos.

- É um título novo que também vai servir para reduzir nossos títulos com perfil mais antigo, que são menos eficientes e não formam a melhor curva para o Brasil - disse o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

REAL É MOEDA MAIS VALORIZADA

Já o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse, numa reunião com investidores em Cingapura, que o real foi a moeda que registrou a maior valorização frente ao dólar desde 22 de agosto, com alta de 12%. Nessa data, o BC anunciou que faria leilões diários até o fim do ano para garantir que não faltasse liquidez no mercado financeiro brasileiro que andava mais estressado que o habitual.

Na semana passada, diante da possibilidade de um calote dos EUA, os investidores internacionais retiraram do mercado financeiro brasileiro US$ 1,2 bilhão. Os dados do BC, divulgados ontem, já descontam os dólares que o país recebeu no período. Porém, como entrou US$ 1,1 bilhão para pagar as exportações, o fluxo cambial geral ficou negativo em US$ 140 milhões. Até a semana passada, o fluxo no mês está deficitário em US$ 4,5 bilhões. De janeiro até a última sexta-feira, o Brasil teve saída líquida de US$ 4,3 bilhões. No mesmo período do ano passado, o fluxo estava positivo em US$ 24 bilhões.

O dólar fechou em alta de 0,74%, a R$ 2,187. Contribuiu para isso o aumento das apostas de que o BC não renovará integralmente cerca de US$ 8,9 bilhões em contratos de swap cambial que vencem em 1º de novembro.

O pessimismo com o cenário econômico da Europa - que pretende fazer uma investigação mais rigorosa de seus bancos - e o temor de uma crise de liquidez na China afetaram o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que caiu 1,81%, a 55.440 pontos. Foi a maior desvalorização percentual desde 30 de setembro.
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