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Agricultores cobram políticas para o desenvolvimento da produção no Semiárido

Canal do Produtor

 Cálculos do Valor Data com base nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez) de produtos negociados nas bolsas de Chicago ou Nova York mostram que soja, milho, café, suco de laranja e algodão encerraram o mês em patamares de negociação inferiores aos registrados em setembro. Açúcar, cacau e trigo subiram.

Na bolsa de Chicago, os destaques foram as quedas de soja e milho, cujas ofertas estão em recomposição graças a boas colheitas nesta temporada 2013/14 nos Estados Unidos, cujas lavouras padeceram em 2012/13 com uma das mais severas estiagens da história do país.

De acordo com o Valor Data, em outubro o preço médio da soja foi 4,56% menor que no mês anterior, quando houve alta sobre a média de agosto em razão de ameaças climáticas que ainda pairavam sobre as plantações. A valorização de setembro, por sinal, interrompeu uma sequência de três meses de retrações.

Tais retrações já refletiam a recomposição da oferta americana, que prevaleceu apesar dos riscos que emergiram em setembro. E as boas perspectivas para a produção na América do Sul, notadamente no Brasil, onde o plantio desta safra 2013/14 está acelerado, também já fazem pressão sobre as cotações.

No caso do milho, o preço médio de outubro recuou 3,18% em relação ao mês anterior, para o menor nível desde agosto de 2010 em Chicago. Como não houve alta em setembro, foi o sétimo mês seguido de perdas, igualmente influenciadas pela recuperação americana no tabuleiro.

O mercado de trigo escapou da tendência graças, principalmente, à boa demanda pelo cereal dos EUA em um período de problemas climáticos em regiões produtoras de Rússia, Ucrânia e Argentina. Assim, o preço médio da commodity em Chicago fechou outubro com uma expressiva variação positiva de 6,04%.

Básicos para a produção de alimentos e rações e importantes matérias-primas para a produção de biocombustíveis (etanol ou biodiesel), os três grãos encerraram outubro com preços médios menores que em dezembro e que em de outubro do ano passado (ver gráficos).

Como em setembro, outubro também foi marcado por uma forte ligação entre as bolsas de Chicago e Nova York. Com o crescente "pessimismo" em relação ao milho, os fundos que especulam com commodities reforçaram as apostas na alta do trigo, mas também na do açúcar.

Conforme o último relatório divulgado pela Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), os gestores de recursos ("managed money") encerraram a semana do dia 15 de outubro com um saldo de 178.651 contratos (entre futuros e opções) comprados em açúcar demerara em Nova York, aumento de 17%, ou 26.111 contratos, em relação à semana anterior.

Isso porque, do lado dos fundamentos, chuvas no Centro-Sul do Brasil prejudicaram a safra na região e incêndios no terminal da Copersucar no porto de Santos e em um armazém do produto em Santa Adélia (SP) comprometeram mais de 200 mil toneladas, além de terem tumultuado o fluxo de exportações do Brasil, maior fornecedor mundial.

Mas, apesar disso, a expectativa da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês) ainda é que a oferta ultrapasse a demanda em cerca de 4,5 milhões de toneladas nesta temporada 2013/14, o que sinaliza que o "rally" altista pode ter vida curta.

De qualquer forma, com a valorização de outubro (5,9%), a quarta consecutiva na comparação entre as médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega, o patamar alcançado é o maior desde janeiro deste ano. Em relação à média de dezembro, a queda ainda é de 3,38%, e na comparação com outubro de 2012, chega a 8,16%.

O cacau também subiu em Nova York em outubro - 4,36% sobre setembro -, graças a chuvas em áreas produtoras do oeste da África, e ampliou suas altas acumuladas para 13,79% sobre dezembro e 11,48% em relação a outubro de 2012.

No terreno negativo para as cotações no mercado nova-iorquino, o suco de laranja emerge com uma queda de 6,16% sobre outubro, determinada, basicamente, por um enfraquecimento ainda maior da demanda pela bebida nos EUA.

O tombo virou a variação acumulada na comparação com a média de dezembro, que passou a ser negativa e, 5,28%. Ainda assim, a média de outubro foi 10,4% mais elevada que a do mesmo mês do ano passado.

Mas os holofotes "baixistas" voltaram a se concentrar no mercado de café, cujo "alçapão" se abriu como não se via em Nova York desde 1972. Ficou para a história a sequência de 11 baixas consecutivas registrada naquele ano, como também ficará o fato dela ter sido superada nesta semana, mais de 40 anos depois.

Em outubro, a cotação média do café foi 1,94% inferior ao resultado de setembro, o que inflou as desvalorizações acumuladas em relação às médias de dezembro e de outubro de 2012 para 21,75% e 31,42%, respectivamente. O fato é que a oferta mundial é confortável, sustentada por boas safras em Brasil e Colômbia, e não há sinais de mudanças nesse desequilíbrio no curto prazo.

Já o algodão voltou a recuar, pelo segundo mês, mas pouco. A cotação média da commodity recuou 1,04% sobre setembro, mas não se pode afirmar que tenha terminado a recuperação que marcou o segundo e o terceiro trimestres deste ano - e que motivou inclusive uma maior aposta no plantio da cultura na segunda safra desta temporada 2013/14. Na comparação com dezembro, a alta ainda chega a 10,51%, e sobre outubro do ano passado, a 14,55%.
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