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Com supersafra, produtores iniciam destruição de cebola em Rio Pardo

G1

  Com a supersafra de cebola, produtores rurais de São José do Rio Pardo (SP) começaram a destruir o produto nesta segunda-feira (11). Sem conseguir o preço ideal, os agricultores começaram a gradear o equivalente a 400 mil sacas. O prejuízo é de cerca de R$ 13 milhões.

No sítio do agricultor Luiz Antônio Marinho, metade da produção de 12 hectares foi perdida. A saca de 45 quilos, vendida a R$ 30 no ano passado, alcançou apenas R$ 6 neste ano. Para ele, foi uma das piores safras dos últimos anos, já que perdeu mais de R$ 400 mil. “Tem que continuar plantando e tentando. Eu já ganhei muito dinheiro com a cebola, quem sabe Deus ajuda e eu volto a ganhar de novo”, disse.

Ao todo, 30% da produção do município vai ter o mesmo destino. A previsão inicial era uma safra de 60 mil toneladas, mas só 42 mil foram comercializadas. Por causa do excesso de oferta, o preço caiu e o valor que o produtor recebe pela saca não compensava colher e beneficiar a cebola. Outras regiões tradicionais de cebola na Bahia e em Minas Gerais também tiveram uma supersafra.

O produtor Claudinei Minussi plantou 25 hectares. Das 25 mil sacas que pretendia colher, só retirou 18 mil e o restante foi destruído. “Nós decidimos eliminar para não ter mais prejuízo, porque já teve o do custo dela. Se fosse colher, ia ter mais prejuízo ainda”, disse.

Prejuízo
O chefe da casa da Agricultura, Rodrigo Vieira de Morais, disse que o ano foi negativo. “400 mil sacas foram perdidas na terra. Outras 400 mil sacas foram vendidas a baixo preço de custo. Somando o que foi arado na terra, mais o que foi colhido abaixo do preço de custo, deu um prejuízo aproximado de R$ 13 milhões”, afirmou.

Alternativas
Se depender dos produtores rurais de São José do Rio Pardo, a supersafra de cebola não vai se repetir. O novo plantio só vai ser feito em março, mas já é um consenso entre eles que a área plantada vai diminuir. “Todo mundo decidiu que vai diminuir a planta em 10%”, disse o agricultor Ariovaldo Orfei.

Enquanto o momento do plantio não chega, os produtores tentam recuperar parte do prejuízo. Orfei optou pelo milho e semeou 20 hectares. “O milho tá sendo plantado agora e ele vai ser colhido no mês de março, ai volta com cebola no lugar do milho”, afirmou.

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