Imprimir

Notícias / Agricultura

Ampa visita biofábrica na Holanda em busca de ferramentas de controle biológico para lavouras de MT

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

As ferramentas de controle biológico ainda engatinham na produção agrícola brasileira, na qual o controle químico de pragas se sobrepõe. Com o objetivo de conhecer novas formas de manejo e controle de pragas e doenças, a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), junto ao Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), braço tecnológico da associação, visitou recentemente a biofábrica da Koppert, em Rotterdam (Holanda), que é referência mundial em controle biológico.

A visita foi realizada em um momento em que os agricultores enfrentam o ataque de uma praga exótica, a lagarta Helicoverpa armigera. A preocupação das entidades representativas da cotonicultura brasileira, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e organizações estaduais, é disponibilizar aos produtores ferramentas de controle que sejam eficientes, mais seguras para os trabalhadores e o meio ambiente e, ao mesmo tempo, diminuam os custos de produção.

Leia mais:
Algodão de Mato Grosso vai à indústria nacional em detrimento das exportações
Custo para produzir próxima safra de algodão em Mato Grosso aumenta 13%

Segundo informa a assessoria da Ampa, a comitiva brasileira ficou bem impressionada com a visita. Durante a visita às instalações da Koppert, o grupo - integrado pelo presidente e o vice-presidente da Abrapa, Gilson Pinesso e Paulo Shimohira, respectivamente - conheceu um pouco da história da empresa e alguns produtos utilizados para controle biológico, que se baseia na utilização de inimigos naturais de vírus, insetos-praga e nematoides para combatê-los no campo.

"Esse é um caminho sem volta. Estamos vivendo um novo momento em que nós, produtores, percebemos que impossível continuar apenas fazendo o controle químico de pragas e doenças se quisermos assegurar a sustentabilidade da cultura do algodoeiro e de outras plantas, como a soja, a longo prazo ", afirma Gustavo Viganó Piccoli, vice-presidente da AMPA, que participou da comitiva.

"Constatamos a segurança e eficiência dos produtos biológicos da empresa e também o controle de fabricação visando assegurar a qualidade dos produtos comercializados", diz Alvaro Salles, diretor executivo do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt). Ele ressalta que hoje o controle biológico é um negócio consolidado no Brasil e em boa parte do mundo, e não está mais restrito a pequenas fábricas de fundo de quintal, como demonstra o exemplo da Koppert.

Salles acrescenta, divulga a Ampa, que vários países vêm recorrendo com sucesso a ferramentas de controle biológico no combate a doenças e pragas como as lagartas do gênero Helicoverpa spp.

A visita à biofábrica holandesa serviu também para um aprofundamento das conversas sobre uma possível parceria entre a Ampa/IMAmt e a Koppert, visando a divulgação e o desenvolvimento de produtos de controle biológico para uso na agricultura mato-grossense.

Também fizeram parte da comitiva brasileira o pesquisador Marcelo Soares do IMAmt e a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos (Cenargen), Rose Monerat, com quem o IMAmt desenvolve o programa de controle biológico; e Celito Breda, consultor e diretor da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa). Eles foram recebidos por Paul Koppert, presidente da empresa, e pelos diretores da Koppert no Brasil, Danilo Pedrazzoli e Gustavo Herrmann.
Imprimir