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Notícias / Economia

Reajuste da gasolina não deve elevar demanda por etanol

Agência Estado

 O reajuste de 4% da gasolina nas refinarias e de pouco menos de 3% estimado para o consumidor não deve se refletir em maior demanda por etanol. Representantes do setor sucroalcooleiro disseram à reportagem que, além de o valor do combustível fóssil continuar defasado ante o exterior, o etanol também foi reajustado nas últimas semanas. O mercado já contava com o reajuste da gasolina e precificou a alta também para o etanol.

'O hidratado subiu principalmente nas duas últimas semanas, por isso esse reajuste da gasolina não deve pesar nem contra nem a favor da demanda por etanol', disse um especialista ligado à comercialização do biocombustível. De acordo com o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, o aumento de 4% para a gasolina foi pequeno e 'não gera atratividade' para o etanol.

Em outubro, as vendas de hidratado pelas distribuidoras atingiram 1,01 bilhão de litros, 10% mais na comparação anual, mostram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mesmo assim, o biocombustível é mais vantajoso que a gasolina somente em Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

Conforme cálculos da Archer, o combustível fóssil continua com uma defasagem de 8% frente aos valores praticados no mercado internacional, mesmo com o reajuste da semana passada. 'Mas pode ser que tenhamos outro aumento nos próximos meses. Acho que o governo não subiu muito agora para não pesar na inflação do ano', avaliou. Corrêa criticou também a falta de horizontes para se investir em etanol. 'Esse tipo de política não adianta nada. Não adianta aumentar o preço da gasolina se você não estabelece como os preços são formados.'

Segundo a Petrobras, 'os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia', e o objetivo é 'não repassar a volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico'.
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