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Notícias / Agricultura

No caso do algodão, Brasil quer retomada de compromisso sem recorrer à retaliação

Canal do Produtor

 Foi o que indicou o ministro das Relações Exteriores, Luiz Figueiredo, que vai se encontrar amanhã com o principal negociador comercial dos EUA, Michael an, à margem da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Bali (Indonésia).

Seria retomar o acordo, porque se o Brasil preferisse retaliação, já teria feito isso antes, afirmou o ministro, depois de confirmar que o contencioso do algodão será um dos temas da conversa com an.

Em 2010, os dois países fecharam o acordo de pagamentos mensais, que continuariam até o fim de 2012, quando o Congresso americano deveria aprovar uma nova legislação agrícola ("Farm Bill") acabando com os subsídios condenados pela OMC na disputa bilateral sobre algodão. O entendimento era que haveria a extensão desses pagamentos na ausência de nova legislação.

Os EUA deveriam pagar um total de US$ 147 milhões por ano para um fundo criado pelo segmento de algodão no Brasil, o IBA, que deveria receber a compensação americana e gerenciar o uso de recursos, destinados a investimentos em infraestrutura e em capacitação.

Ocorre que em setembro deste ano, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu em 60% o pagamento e em outubro suspendeu todos os repasses, alegando que não tinha mais autorização para isso.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) constatou que os Estados Unidos romperam unilateralmente o compromisso entre os dois países e acionou a preparação para retaliação contra produtos americanos.

"Na última reunião da Camex, os Estados Unidos estavam com problema com o orçamento, que não tinha sido aprovado. Mesmo se quisessem, não podiam pagar. Agora, já temos uma situação mais clara, afirmou Figueiredo. O governo brasileiro envia cada mês a Washington a fatura e o aviso de que espera o pagamento acertado.

A Camex terá reunião no dia 18 para decidir o que fazer. O encontro entre Figueiredo e an ocorre assim num momento oportuno. O ideal é que o acordo continue como estava antes, com o governo americano pagando. Não parece que a melhor solução seja diferente disso, afirmou o ministro. Mas Figueiredo deixou claro que, caso não haja a volta do acordo, as providencias que o Brasil tinha que tomar já foram tomadas para eventual retaliação.
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