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Notícias / Agricultura

Unica terá diretor em Brasília para se aproximar mais do governo

Agência Estado

 A necessidade de diálogo constante com o governo federal e com o Legislativo, na busca de soluções para a retomada dos investimentos no setor, levou a União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) a transferir para Brasília seu diretor executivo, Eduardo Leão. 'As regras são feitas em Brasília', disse o executivo que participou nesta quarta-feira, 04, da reunião da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, vinculada ao Ministério da Agricultura, onde foi criado um grupo de trabalho para apresentar propostas que serão analisadas pelo fórum em fevereiro do próximo ano.

Eduardo Leão afirmou que a Unica mantém diálogo com o Executivo e o Legislativo para ter uma agenda que garanta a rentabilidade do setor e isso, enfatizou, passa por preços mais remuneradores. Segundo ele, o setor tem atuado para aumentar sua produtividade, mas existem aumentos de custos inevitáveis, como a remuneração da mão de obra e os gastos com mecanização, que é uma exigência ambiental. 'São aumentos de custos que temos que absorver, porque não podemos repassar para os preços do etanol, porque estão atrelados ao preço da gasolina', diz ele.

Em relação ao reajuste da gasolina, Leão afirmou que houve uma frustração muito grande no setor pelo fato de o governo não ter sinalizado com regras claras para a formação de preços dos combustíveis. Ele disse que a falta de transparência gera uma insegurança no setor, que não tem previsibilidade para pensar em novos investimentos, pois não é possível quantificar o risco.

Ele lembra que o reajuste de 8% no preço do diesel e de 4% no preço da gasolina neutralizou qualquer benefício que a correção poderia ter para a produção de etanol. Leão explica que a alta de preços do diesel provocará impacto nos custos de produção da cana-de-açúcar e de transporte do etanol.

Segundo o executivo, o setor precisa de ações de curto prazo que melhorem a competitividade e a lucratividade. 'Mais do que isso, precisamos de regras mais claras que permitam a retomada dos investimentos', diz ele, lembrando que o plano decenal de energia anunciado pelo governo prevê aumento de 100% da oferta de etanol e aumento de 60% da produção de cana. 'Como poderemos atender estas metas sem novas usinas? Podemos até aumentar em 15% a produção de cana e etanol, aproveitando a capacidade ociosa. Os 85% restantes só com sinais mais claros, o que deve acontecer nos próximos anos, como uma política tributária que favoreça o etanol em relação à gasolina', diz ele.
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