Imprimir

Notícias / Agricultura

Café: indicador do Cepea caiu em novembro pelo 5º mês seguido

Agência Estado

 O indicador do café arábica calculado diariamente pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) fechou novembro cotado a R$ 247,73/saca em média. O valor é 2,5% inferior ao preço médio registrado em outubro, no quinto mês seguido de queda. O indicador recuou mesmo com a reação dos preços no final de novembro, impulsionados pela retração da oferta e pela necessidade urgente de alguns compradores que pagaram mais.

No boletim mensal do Cepea sobre o mercado de café arábica, as pesquisadoras Margarete Boteon, Caroline Lorenzi, Fernanda Geraldini e Mayra Viana comentam que o volume de café comercializado de café no mês passado, em especial da variedade arábica, ficou abaixo do observado no mesmo período da safra passada, quando o ritmo de negócios já era considerado fraco. Elas lembram que a safra atual foi estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 47,5 milhões de sacas, volume 6,5% abaixo do colhido na temporada 2012/13.

Segundo as pesquisadoras, o principal motivo da fraca liquidez do mercado é o atual patamar de preço, considerado muito baixo pelos vendedores. Ela observam que na média parcial desta safra (de julho/13 a novembro/13), o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, está em R$ 269,86/saca de 60 kg, valor 20,8% inferior ao do mesmo período da temporada anterior, quando a média, nominal, era de R$ 340,82/saca.

Os agentes de mercado relataram ao Cepea que até o final de novembro cerca de 40% da safra já havia sido comercializada no Sul de Minas Gerais. Nas regiões paulistas de Mogiana e Garça, as estimativas indicam que a comercialização atingiu entre 30% e 40% da safra. Para o noroeste do Paraná, estima-se que entre 40% e 50% do café da região foi comercializada. No Cerrado de Minas Gerais, a negociação de café atingiu de 50% a 60%. Apenas na Zona da Mata, onde metade da safra foi comercializada, o rimo da comercialização está pouco acima da safra passada, segundo os agentes consultados pelo Cepea.

As pesquisadoras observam que no passado o ritmo de negócios foi mais fraco devido à menor necessidade de venda por parte de produtores. 'Como a safra passada (2012/13) foi muito volumosa e também contou com ritmo de negócios abaixo do esperado, agentes de todas as regiões comentam que ainda restam lotes de café remanescente para serem comercializados', dizem elas, lembrando que na safra 2012/13 a produção de café foi recorde, estimada pela Conab em 50,8 milhões de sacas.
Imprimir