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Demanda pelo arábica deve crescer com alta do robusta, diz corretor

Agência Estado

  A diferença de preços cada vez menor entre os cafés arábica e robusta tende a impulsionar a demanda pela primeira variedade. Fundos de investimento dizem que as torrefadoras já estão se voltando para o arábica, geralmente mais caro e de melhor qualidade, e que essa procura deve crescer com o spread se estreitando dia após dia. Em dezembro, a diferença entre as cotações do arábica, negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), e as do robusta, na Bolsa de Londres (Euronext Liffe), chegou a 28 centavos de dólar por libra-peso, a menor desde outubro de 2008.

'Com a produção de robusta diminuindo, para onde as torrefadoras irão? Para o arábica', diz o presidente da corretora Hackett Financial Advisors, Shawn Hackett. Joseph Fernandes III, vice-presidente da corretora e torrefadora Socafe complementa que, 'com o robusta superestimado, muitas (empresas) estão voltando a usar as fórmulas originais (com arábica) em seus produtos'. A troca pelo robusta ocorreu em 2011, quando o spread arábica/robusta era bem maior.

A forte valorização do robusta vem desde novembro, quando o tufão Haiyan prejudicou a safra do Vietnã, o maior exportador mundial da variedade. Alguns produtores também estão no aguardo de preços ainda mais altos e, com isso, travam a comercialização do grão. Desde novembro, a alta acumulada do robusta já é de 24%.

Analistas e investidores comentam que uma demanda mais consistente por arábica deve reduzir o superávit global da commodity. Na safra vigente, que se encerra em 30 de setembro do ano que vem, a oferta deve superar a demanda em 4 milhões de sacas de 60 kg, conforme a Organização Internacional do Café (OIC).

Na última sexta-feira (13), o mercado já refletiu essa perspectiva e impulsionou os futuros do arábica para o maior patamar em dois meses. Muitos especuladores também já reduziram suas apostas de queda de preços.

O mercado de arábica movimenta US$ 6,3 bilhões. Fonte: Dow Jones Newswires.
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