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Notícias / Agricultura

Só o cafeicultor do oeste baiano escapa da crise

Canal Rural

Em um cenário de crise na cafeicultura, apenas os produtores de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, registram lucro este ano - R$ 21,46 por saca de 60 quilos, em média, segundo boletim da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O que explica o desempenho é a característica da produção da região, altamente tecnificada (com mecanização e irrigação) e normalmente feita por empresas ou via grandes projetos.

Ainda de acordo com os dados da CNA, em Itabela (BA) e Jaguaré (ES) a produção de café robusta (conilon) apresentou pequenos prejuízos, de R$ 0,94 e de R$ 3,37 por saca, respectivamente. A receita nesses locais foi superior ao Custo Operacional Total (COT), porém inferior ao Custo Total (CT), que compreende a soma entre o COT (custo operacional efetivo mais depreciações e Pró-labore) e os custos de oportunidade do capital circulante próprio e dos bens de capital e da terra (valor de arrendamento).

Em alguns municípios, os preços não foram suficientes para cobrir os custos operacionais totais, gerando um processo de descapitalização ou a incapacidade de renovação da capacidade produtiva, informa a CNA. Em outros, a receita foi menor que o Custo Operacional Efetivo (COE), demonstrando a necessidade de aportes de recursos.

Em média, o prejuízo da cafeicultura da espécie arábica no universo pesquisado pela CNA foi de R$ 147,83 por saca. Mas em Manhumirim, na Zona da Mata mineira, a perda foi bem maior - de R$ 271,23 por saca.

O aumento médio do custo operacional efetivo do café arábica foi de 3,44% de janeiro a novembro de 2013. No mês passado, esse custo médio das regiões de cafeicultura manual totalizou R$ 388,58 por saca - R$ 342,91 nas regiões semimecanizadas e R$ 261,36 nas áreas mecanizadas.

Já a cafeicultura da espécie conilon registrou prejuízo médio de R$ 10,06 por saca. A perda em Cacoal (RO), porém, chegou a R$ 60,97 por saca. A taxa de remuneração do capital investido em bens de capital na produção desta espécie de café na Bahia e no Espírito Santo foi positiva em 2013, segundo a CNA. Essa taxa corresponde ao percentual que a margem líquida representa sobre o valor médio do investimento em máquinas, implementos, benfeitorias, equipamentos para irrigação e o valor da terra.

Entre janeiro e novembro, a remuneração média do capital em Itabela (BA) foi de 22,39% ao ano e chegou a 8,74% em Jaguaré (ES). Em Cacoal, onde o processo produtivo é manual, a receita com o café não remunerou o investimento do produtor. Nos primeiros 11 meses deste ano, o preço do conilon apresentou desvalorização de 21,62% e o valor do arábica caiu 31,18%, conforme a CNA.
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