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BNDES: Banco terá 'taxas mais próximas do mercado', diz Coutinho

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 Para setores listados como prioridade para o banco - como infraestrutura - serão ofertadas melhores taxas de retorno e níveis de cobertura. "Para o restante [dos segmentos] vamos buscar operar com taxas mais próximas do mercado, até para ajudar o mercado a participar desses financiamentos", explicou Coutinho. Para ele, essa combinação de medidas de contenção de gastos públicos, sem prejudicar o aumento dos investimentos, servirá de suporte para que o Brasil mantenha o grau de investimento.

Gastos públicos - "O governo já tomou medidas de contenção de gastos públicos. Vamos contribuir moderando a escala de desembolsos do BNDES em 2014", disse, evitando estimar o total a ser liberado.

Debêntures - O executivo espera o aumento da participação de debêntures nos financiamentos, uma maneira de descentralizar a fonte de recursos para investimento. Este ano, as emissões de debêntures incentivadas para infraestrutura e energia somaram R$ 4,5 bilhões, montante que Coutinho espera ver dobrar em 2014. "Esperamos atrair o mercado de capitais para o lançamento de debêntures no caso das concessões de infraestrutura. Precisamos abrir espaço para que o mercado de capitais atue mais", disse o presidente do BNDES.

Ideal - O ideal, segundo Coutinho, é que os títulos de dívida das empresas, hoje concentrados em logística e infraestrutura, contemplem investimentos em saneamento e mobilidade urbana. "Talvez seja a hora de revisitar a Lei 12.431 [que estabeleceu incentivos para a emissão de debêntures para projetos de infraestrutura]", disse Coutinho.

Setores - Além de infraestrutura, os setores que demandarão maior atenção do banco a partir do ano que vem, segundo Coutinho, serão energia, saneamento, mobilidade urbana, administração pública e indústria - entre os quais, bens de capital, setores intensivos em tecnologia e inovação.

Orçamento - O orçamento do banco será coberto por TJLP (taxa de juros de longo prazo, hoje em 5%), captações de mercado e debêntures. "O que vai orientar o uso da TJLP, nossa moeda mais escassa, será a prioridade de recursos, como em infraestrutura", observou Coutinho. Por isso, ele não espera aumento da taxa para o ano que vem. "Considerando a necessidade de apoiar o ciclo de investimento, especialmente de infraestrutura, que é de longo prazo e requer juros moderados, as nossas taxas estão em linha com o mercado internacional, de maneira que acho que a TJLP permanecerá a mesma no próximo ano", disse.

Produção industrial - Ainda para 2014, Coutinho projeta que a produção industrial brasileira terá expansão de 2,5% na comparação com 2013. "Acreditamos que a indústria terá crescimento razoável em 2014 em função do deslanche do programa de concessões."

Demanda - Segundo ele, a produção industrial será beneficiada pela demanda de alguns setores, como agricultura e óleo e gás. A sustentação do emprego e a melhoria no crédito privado também devem ajudar. "Com a economia mundial melhorando e a taxa de câmbio em um patamar melhor, a demanda por equipamentos brasileiros [no exterior] deve aumentar", disse Coutinho.

PSI - Para o presidente do banco, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), voltado para a aquisição de máquinas e equipamentos, é importante para o aumento da produtividade. Para ele, o aumento nas taxas do programa, que entram em vigor em fevereiro do ano que vem, não vai inibir o investimento em inovação ou interromper o processo de modernização industrial.
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