Os produtores do Espírito Santo ainda fazem as contas dos estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram o estado, no fim do ano.

Em Linhares, no norte do estado, galões foram parar no meio do pasto, que não tem mais capim. O tempo seco e quente dos últimos dias ajuda, mas ainda não é suficiente para escoar toda a água.

Na propriedade de Walter Manhães todos os 925 hectares ficaram inundados. Parte da água já baixou e o produtor começa a fazer a conta dos estragos com máquinas e resfriadores. Quase 9 mil litros de leite tiveram que ser jogados fora.

Além disso, cinquenta bezerros morreram afogados. Walter conta que a prioridade foi retirar as famílias dos 16 funcionários que vivem no local. Os 1,3 mil animais resgatados foram para áreas alugadas e ele está pagando entre R$ 15 e R$ 30 por dia, por cabeça.

Walter acredita que poderá recuperar sua pastagem em um ano, se a água sair rapidamente.

O problema se agravou porque, segundo o produtor, em anos normais a água não tomava tudo e logo baixava. Desde que a Petrobrás construiu a estrada para Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, as águas do Rio Doce ficaram represadas. O acesso tem cerca de 20 quilômetros e foi feito sem sistema de vazão para cheias.

Este ano, com o tanto de água que caiu e com o escoamento prejudicado, a estrada rompeu em seis pontos, inundando também as propriedades que ficam do outro lado.