Imprimir

Notícias / Geral

Disseminação de vírus ameaça elevar custo da carne suína nos EUA

Agência Estado

Um vírus que mata suínos jovens perturba a indústria de carne suína dos Estados Unidos, impulsionando as cotações no mercado de US$ 9 bilhões de futuros de suínos e ameaçando elevar preços aos consumidores de alimentos.

A doença, que se espalhou para propriedades de 22 Estados, está diminuindo a oferta de carne suína e levando alguns traders e investidores a apostar que os preços dos suínos podem bater recordes este ano. Os futuros de suínos nos EUA subiram para a máxima em sete semanas há uma semana e acumulam alta de 6% desde meados de dezembro.

O vírus epidêmico de diarreia suína (PED) apareceu nos EUA pela primeira vez em abril e já matou milhares de leitões desde então. O vírus, que causa diarreia e vômitos severos, é fatal apenas para suínos jovens e não representa ameaça à saúde humana ou à segurança dos alimentos, de acordo com veterinários de suínos. A cepa nos EUA é quase idêntica a uma versão que restringiu a produção de suínos na China em 2012.

A extensão do impacto não está clara porque propriedades não precisam reportar casos ou mortes para reguladores federais. A Smithfield Foods, maior produtora de carne suína do mundo, e outros frigoríficos estimam que cerca de 10% das fêmeas adultas do país foram infectadas pelo vírus, que pode se espalhar para os seus descendentes.
A empresa, uma unidade da chinesa Shuanghui International Holdings, disse no mês passado que o vírus pode resultar em uma perda de produção de suínos nos EUA este ano de 2 a 3 milhões de cabeças, ou até 3% do total da indústria. O grupo Hormel Foods advertiu recentemente seus lucros para o ano fiscal 2014 podem ser afetados por 'custos de animais potencialmente voláteis', devido ao vírus.

Para evitar a doença, muitos produtores de suínos dos EUA estão redobrando as práticas de segurança, incluindo desinfetar equipamentos e calçados de trabalhadores. Mas muitos dizem que a doença é difícil de evitar. 'Essa é a doença mais difícil que já enfrentamos' disse Mike Brandherm, gerente-geral da produtora de suínos Hitch, de Oklahoma, que perdeu 30 mil leitões em seis semanas em um surto em 2013.

'Foi impressionante a rapidez com que a doença se propagou. Você se sente sem ação.' Apesar de os surtos terem perdido força nas fazendas da empresa desde então, a Hitch continua perdendo de 500 a 600 leitões por semana, disse Brandherm. 'Nós ainda não estamos de volta aos níveis de produção que tivemos antes da doença', acrescentou.
O golpe no abastecimento deverá elevar preços de bacon e costeletas de porco para os consumidores norte-americanos. Os preços da carne suína no varejo provavelmente atingirão um novo recorde este ano, ultrapassando os US$ 3,81 por libra-peso alcançados em outubro, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O órgão projeta para 2014 um aumento de 2% a 3% nos preços da carne suína no varejo, depois de uma valorização de cerca de 1% no ano passado.

Mike Boero, gerente do departamento de carnes em um supermercado Piggly Wiggly de Illinois, disse que os consumidores já estão falando sobre os preços mais elevados do bacon. 'Definitivamente subiu mais do que eu posso pagar', afirmou. 'As pessoas só estão comprando se está com desconto.'

Preocupações com o vírus têm puxado os preços do suíno nos últimos meses. Mas muitos traders afirmaram que o impacto sobre a produção provavelmente não vai aparecer de forma significativa até a primavera e o verão do Hemisfério Norte, porque a doença começou a acelerar em outubro, e leitões levam cerca de seis meses para atingir o peso de abate.
Imprimir