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Notícias / Agronegócio

Fazenda no Ceará aposta na criação de avestruz para comércio de plumas

Globo Rural

  Uma fazenda de Quixeramobim, no sertão do Ceará, está conseguindo uma boa renda com a criação de avestruz. Foram anos de tentativas até que o negócio começasse a dar certo. Hoje, a principal atividade é o comércio de penas.

A criação, num cenário de seca quase total a 240 quilômetros de Fortaleza, começou grande e, no primeiro ano, em 2002, já tinha 100 animais. Os donos só não imaginavam a trabalheira que ia dar para tocar o negócio.

"O objetivo inicial era produzir o pintinho para vender a futuros produtores de avestruz e em seguida o mercado da carne. Não tivemos sucesso com os pintinhos porque as pessoas não sabiam manejar e vimos que o nordestino não tem o hábito de comer a carne", conta Wanderley Pinheiro, gerente da fazenda.

Depois de oito anos de muitas dificuldades, eles resolveram mudar o rumo da atividade. Em 2010, começaram a investir na produção de plumas. Hoje, são 142 aves. As de cor cinza são fêmeas e as pretas, machos. Os avestruzes comem a vegetação e a ração dada, pelo menos, uma vez ao dia e ficam divididos em seis grupos. Eles são identificados por brincos pregados no pescoço.

Cada grupo tem as plumas retiradas duas vezes ao ano, o que garante a produção de janeiro à dezembro. Para conseguir as penas, os funcionários da fazenda usam um gancho e um capuz, que ajudam a imobilizar o avestruz. O processo de tirar as plumas precisa obedecer algumas regras.

Por ano, são retirados de cada avestruz cerca de 2,5 quilos de pluma. Depois de todo o processo, o material vai para uma sala, onde é separado por qualidade e tamanho, que varia de 20 a 70 centímetros.

Em apenas dois dias, as plumas já seguem para os destinos, entre eles, as fábricas de espanadores do Ceará e, o mais curioso, as escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. A produção anual chega a 350 quilos de penas, sendo que 80% vai para as fábricas e o restante, para o carnaval.

Como são menores, as plumas dos espanadores saem, em média, por R$ 280 o quilo. Já as penas das escolas de samba, bem maiores, variam de R$ 600 a R$ 1,2 mil o quilo.
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