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Notícias / Agricultura

Pesquisa descarta ganho no uso de adubação nitrogenada no cultivo da soja

Agrolink

 O Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) finalizou os resultados do seu primeiro protocolo de pesquisa após um ano do lançamento da Rede de Pesquisas CESB, que foi criada com objetivo de estimular nas entidades de pesquisa a desenvolvimento de novas tecnologias, validação e refinamento das práticas utilizadas por produtores de soja, visando à maximização da produtividade da leguminosa, com economia e sustentabilidade.

O primeiro protocolo foi dedicado à questão dos impactos do uso do nitrogênio no cultivo da soja, uma vez que não havia um consenso sobre os benefícios econômicos da aplicação deste elemento. Com isso, o CESB quis verificar se a adubação nitrogenada gerava aumentos significativos na produtividade da leguminosa que compensassem o investimento.

Participaram da pesquisa 16 instituições, tanto particulares quando públicas, de nove estados brasileiros. Retornaram para a análise do CESB 51 experimentos, todos realizados na fase conhecida como Estádio R 5.3 - quando as vagens estão com os grãos em seu interior com o tamanho de 50% do que alcançarão. Na análise conjunta destes experimentos não houve diferenças com a aplicação de nitrogênio e, portanto, a adição desse elemento na fase aplicada não aumentou significativamente a produção de soja. Na análise individual, foi observado que 7 dos 51 resultados analisados (13,7%) apresentaram respostas significativas às doses de nitrogênio aplicadas e que o aumento da produtividade foi em geral proporcional ao aumento do fertilizante. Em média, o incremento foi de 5,2 sacas/hectare, para a dose de 200 kg/ha de ureia, não sendo viável economicamente mesmo nesses locais onde houve resposta estatisticamente significativa.

A análise dos dados indicou que as respostas à adição de fertilizante nitrogenado no patamar de produtividade atual de 50 sacas/hectare, em média, foram relativamente baixas e que as bactérias em simbiose com as plantas acompanhadas do nitrogênio mineral do solo, já seriam suficientes para atender as necessidades de nitrogênio dos experimentos estudados.

“Os estudos nos permitem afirmar que não houve impacto econômico, ou seja, nestes patamares o ganho na produtividade não compensa o investimento necessário para a aplicação da técnica. Essa constatação é muito importante para o CESB e para os produtores e técnicos com os quais trabalhamos. Nosso objetivo com a Rede de Pesquisas é identificar e verificar novas técnicas e práticas. O resultado de cada estudo determinará sua validação e disseminação. Neste caso, ficou claro que a relação custo X benefício não é positiva”, diz Orlando Martins, presidente do CESB.

A iniciativa de desenvolver uma rede de pesquisas ocorre paralelamente ao Desafio Nacional de Máxima Produtividade, conduzido pelo CESB há 6 anos, com a finalidade de motivar produtores e técnicos a criarem novas tecnologias e práticas sustentáveis no cultivo da soja. “Acreditamos que com essas ações poderemos aumentar a produtividade da soja no país”, explica Martins.

Atualmente, o CESB é composto por 17 Membros e oito entidades patrocinadoras: Syngenta, BASF, Arysta, TMG, Monsanto, Sementes Adriana, Agrichem e Instituto Phytus.

Sobre o CESB

O CESB é uma entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências, em prol da sojicultura brasileira. O CESB é qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), nos termos da Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999, conforme decisão proferida pelo Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da União de 04 de dezembro de 2009.

Uma OSCIP é pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, voltada ao alcance de objetivos sociais e tem necessidade de prestar contas.
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