Imprimir

Notícias / Geral

Investidor dos EUA poderá negociar futuros em bolsa neozelandesa

Agência Estado

 A operadora de bolsas de valores da Nova Zelândia, NZX, anunciou, nesta segunda-feira, 3, ter obtido registro na Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), permitindo a investidores norte-americanos negociar uma gama de contratos de produtos lácteos pela primeira vez. Anteriormente, os investidores dos EUA só poderiam participar da Bolsa de Futuros de Laticínios NZX por meio de terceiros.

A autorização vem em um momento em que investidores estrangeiros estão buscando cada vez mais acesso à indústria de laticínios da Nova Zelândia, à medida que consumidores asiáticos recorrem a dietas com mais proteínas, aumentando a demanda global. 'O que isso faz é abrir todo um novo segmento do mercado em termos de clientes que desejam acessar o mercado', disse Kathryn Jaggard, chefe de derivativos na NZX. 'Ao longo dos próximos 30 anos, a demanda (por produtos lácteos) vai continuar superando a oferta.'

O comércio mundial de futuros de lácteos nos EUA e em outros países é relativamente pequeno. A Bolsa de Chicago lançou um contrato internacional de leite desnatado em maio 2010 que foi posteriormente suspenso após a negociação de apenas um contrato, de acordo com Kathryn. Mas na Nova Zelândia os laticínios são um grande negócio. Apelidada de a Arábia Saudita do leite, pois é responsável por um terço das exportações mundiais, a Nova Zelândia se beneficiou de um aumento de 48% nos preços de leite ao longo dos últimos 12 meses.

As exportações de leite em pó da Nova Zelândia para a China atingiram um recorde de 4 bilhões de dólares neozelandeses (US$ 3,23 bilhões) em 2013, de acordo com o órgão de estatísticas da Nova Zelândia.

Na época de seu lançamento em outubro de 2010, a Bolsa de Futuros de Laticínios NZX foi o primeiro mercado liquidado em dinheiro de futuros de laticínios. A maioria dos outros mercados, como o da Bolsa de Chicago, negociava produtos físicos.

Grande parte da demanda por derivados de laticínios negociados na NZX vem do exterior, de acordo com Kathryn. Em agosto do ano passado, a bolsa mudou seus horários de negociação para coincidir com pregões dos EUA e europeus. Cerca de 37 mil lotes de leite foram comercializados em 2013, ante 210 em 2010, com aproximadamente 45% das negociações ocorrendo durante o horário de negociação no exterior.

A dependência da Nova Zelândia da indústria de laticínios tem seu lado negativo, já que torna o país especialmente vulnerável a reveses da indústria, bem como a mudanças no sentimento dos investidores globais.

Em agosto, o dólar da Nova Zelândia perdeu cerca de 2% do seu valor quando a cooperativa Fonterra, maior exportadora de laticínios do mundo, disse que alguns de seus produtos poderiam conter bactérias nocivas. A descoberta levou a recalls de produtos na China, Nova Zelândia e outros países.

As units do Fundo de Acionistas da Fonterra caíram em dezembro, depois de a empresa não ter conseguido cumprir a sua previsão de lucro para o ano fiscal 2014. O fundo foi lançado em 2012, dando a investidores externos acesso à cooperativa pela primeira vez. As units estavam sendo negociadas na segunda-feira a 6,25 dólares neozelandeses (US$ 1 = 1,23229 dólares da Nova Zelândia). Fonte: Dow Jones Newswires.

Imprimir