O forte calor está prejudicando a produção de hortaliças no Cinturão Verde de São Paulo. Os agricultores estão gastando mais com irrigação. O problema é que a água do açude está acabando e está no fim em muitas propriedades.
No reservatório do produtor Hiroshi Shintate, em Biritiba-Mirim, os bancos de areia já aparecem. “Se não chover nos próximos cinco dias, eu vou perder tudo", lamenta.

O calorão prejudica as verduras que estão em desenvolvimento e ainda mais as mudas. Por isso, muitos produtores do Cinturão Verde de São Paulo decidiram não plantar por enquanto. Daqui há uns dois meses, os agricultores dizem que não vão ter o que colher e pode faltar hortaliça no mercado.

Em outra propriedade de Biritiba-Mirim, quase metade da produção foi perdida. Parece que o sol derreteu os pés de alface e 30% da área está improdutiva. “Não estou conseguindo plantar, não tem água suficiente”, diz Dorival dos Santos.

O engenheiro agrônomo Eduardo Tomio Maeda explica que é difícil evitar os efeitos do calor. Uma alternativa para diminuir a incidência dos raios solares é cobrir a produção.

O problema não se restringe ao Cinturão Verde de São Paulo. Em outras regiões do estado, o tempo seco e quente prejudica várias culturas. Em Araras, as lavouras mais afetadas são as de cana-de-açúcar, milho, soja, laranja e até as pastagens.

Nos últimos dias, as temperaturas têm passado dos 30ºC na região. Além do forte calor, quase não tem chovido e as precipitações, quando vêm, são irregulares.