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Notícias / Agronegócio

Estudo do IMEA aponta que plantio de florestas pode ser alternativa rentável para produtor de MT

Da Redação - Laura Petraglia

Mesmo com todas as dificuldades técnicas e de logística, plantar árvore em Mato Grosso pode sim ser um negócio muito rentável. É o que apontou um estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pedido da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), divulgado na manhã desta sexta-feira (7).

De acordo como Diagnóstico de Florestas Plantadas Mato Grosso hoje é o maior produtor de Teca do País com 64,8 mil hectares plantados desta espécie. Dados da Abraflora dão conta que o total nacional da área plantada desta espécie é de 67 mil hectares. Com relação ao Eucalipto, a produção de Mato Grosso representa 4% da área nacional plantada que atualmente é de 5,1 milhões hectares.

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De acordo com o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, a silviciltura é um investimento alto e de longo prazo, mas com retorno garantido. No caso do eucalipto são sete anos para extração, já a teca, requer um período ainda mais longo, de 17 anos.

O diagnóstico apontou que 58% do plantio florestal de Mato Grosso tem como objetivo uso múltiplo, 32% tem como destino serrarias e 10% recebem outros fins. O frete ainda é o principal ônus para quem produz.

Ou ponto desfavorável à produção são as altas taxas de vistoria e levantamento circunstanciado para reposição florestal. Para se ter uma da disparidade, para área plantada em Mato Grosso de 100 mil hectares, essa taxas de vistoria seriam de aproximadamente de R$ 408,7 mil, enquanto no Pará de R$ 14, 1 mil e, em Rondônia de R$ 100,4 mil.

“Foram avaliados o perfil do produtor, a área plantada, custos de produção, mercado, logística, problemas e desafios. Com os resultados, esperamos fomentar a atividade e incentivar novas políticas públicas para o setor. Sabemos que muitos produtores rurais têm interesse em desenvolver o sistema iLPF. Com este diagnóstico, o objetivo da Famato é ajudá-los a entender mais sobre este atrativo mercado. Além disso, o governo federal criou linhas de crédito específicas, como o Programa ABC, para fomentar a produção de florestas, que entre as principais características está a sustentabilidade", afirma o presidente do Sistema Famato", finalizou o presidente da Famato e Imea, Rui Prado.

Em relação às ameaças dessa atividade, o estudo apontou o seguinte: falta de políticas para atrair grandes indústrias em Mato Grosso; aumento de impostos estaduais; distância dos grandes centros consumidores; aumento do frete e falta de mão de obra especializada. "Apesar dos desafios, o agronegócio deve crescer pelo menos 50% nos próximos 10 anos e, com isso, haverá demanda para o plantio de florestas. O futuro da silvicultura continua promissor", diz Otávio Celidonio.

O presidente da Arefloresta, Fausto Hissashi Takizawa, reforça a importância dos investimentos para a atividade que demanda tempo e dedicação. "No Brasil, o principal destino da madeira da teca, por exemplo, é a exportação. Hoje as principais dificuldades do setor são a logística e os investimentos. Para iniciar o plantio é necessário investimentos e incentivos para que os interessados se estabeleçam na atividade. Uma vez se estabelecido, o cenário melhora para todos", diz Takizawa.
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