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Soja se volta aos fundamentos e preços sobem nesta 5ª feira

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 Assim, o mercado recupera as perdas expressivas registradas na sessão anterior, quando os primeiros vencimentos perderam mais de 10 pontos. As posições mais negociadas, por volta das 8h20 (horário de Brasília), subiam entre 6,50 e 8 pontos e o março/14 era cotado a US$ 13,31 por bushel.

A preocupante escassez de soja nos Estados Unidos ainda é sólido fator de suporte para os preços, bem como a intensa demanda pelo produto norte-americano. As exportações do país para toda a temporada 2013/14 foram revisadas para cima pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 40,69 milhões de toneladas para 41,1 milhões. Porém, também de acordo com números do departamento, já há mais de 43 milhões de toneladas de soja comprometidas e os números serão atualizados hoje.

Além disso, a oferta sulamericana segue ameaçada pelo clima muito quente e seco, principalmente a soja que está sendo cultivada no Centro-Sul do Brasil. Em estados como Goiás, Mato-Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e oeste da Bahia não chove há quase 60 dias e a produtividade nesses locais vem sendo drasticamente reduzidas. Na opinião do consultor em agronegócio Ênio Fernandes, a safra brasileira pode registrar uma quebra de 4,5 milhões de toneladas.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

China cancela compras e soja fecha a 4ª feira em queda na CBOT

A soja registrou uma sessão negativa nesta quarta-feira (12) na Bolsa de Chicago e encerrou os negócios com baixas de dois dígitos nas primeiras posições. O contrato março/14 fechou o dia valendo US$ 13,23 por bushel, caindo 11,75 pontos, e o maio/14, referência para a safra brasileira, a US$ 13,09, perdendo 10,75 pontos.

O movimento negativo, segundo analistas, se deu por uma intensa realização de lucros, vinda após as expressivas altas registradas nos últimos dias e por notícias de cancelamentos de compras de soja da China feitas nos Estados Unidos. Nesta quarta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a nação asiática cancelou uma compra de 272 mil toneladas de soja norte-americana com entrega prevista para a safra 2013/14.

Ao mesmo tempo, porém, o departamento informou ainda que os chineses compraram mais 240 mil toneladas para serem entregues na safra atual, o que confirma a continuidade de sua demanda pelo produto dos EUA, como explicou o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes. "Esse volume cancelado pela China é muito pequeno frente à situação de venda nos Estados Unidos".

Entretanto, a escassez de soja nos EUA é uma situação preocupante e, segundo analistas, o principal motivo de suporte para as cotações no mercado internacional nesse momento. O movimento, de cancelamento, apesar da recompra, sinaliza esse sentimento de que, cada dia mais, as atenções da China deverão se voltar para a oferta da América do Sul. E se movimento se acentua à medida que a colheita avança, principalmente, no Brasil.

Em janeiro de 2014, as importações de soja da China aumentaram 25% na comparação com o mesmo mês de 2013 e totalizaram 5,9 milhões de toneladas. Para fevereiro, as projeções são de que as compras superem, novamente, as 5 milhões de toneladas, enquanto em fevereiro do ano passado as compras foram de 2,89 milhões de toneladas.

Paralela à demanda aquecida da China se voltando para a América do Sul, o clima muito quente e seco no Centro-Sul do Brasil segue castigando a produção brasileira de soja. Segundo Fernandes, essas condições desfavoráveis de clima poderiam gerar uma quebra de 4,5 milhões de toneladas na safra brasileira 2013/14. Não chove há quase dois meses em importantes regiões produtoras e em alguns locais as perdas de produtividade já são bem expressivas.

A tendência portanto, apesar das pontuais realizações de lucros, é de que o mercado possa romper alguns patamares de preços - que oscilam entre US$ 13 e US$ 13,50 por bushel - a medida que as perdas forem sendo confirmadas. Além do clima adverso, das possibilidades de quebra de safra e da demanda aquecida, as origens ainda estão evitando as vendas de volumes muito grandes, o que dá ainda mais suporte aos preços da oleaginosa não só em Chicago, como também no mercado internacional.
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