A falta de chuva antecipou a maturação da soja em Mato Grosso do Sul. Na região nordeste do estado, a produtividade das lavouras será menor que o esperado.

Folhas amareladas no meio das lavouras indicam que as plantas estão morrendo por falta de água.
O município de Paraíso das Águas, no nordeste de Mato Grosso do Sul, é conhecido pelas chuvas abundantes, mas não foi isso que se viu este ano. A seca está afetando os quase 30 mil hectares destinados ao cultivo do grão.

A falta de chuva e as altas temperaturas encurtaram o ciclo da soja, com isso, as plantas tiveram um período menor de enchimento dos grãos e aí as vagens ficaram leves, quase vazias, trazendo queda na produtividade.

O agrônomo Jefferson Anselmo explica que em algumas áreas onde o solo é mais arenoso, a retenção de água é menor, por isso, as plantas sofrem mais com o estresse hídrico.
Ricardo de Almeida plantou 1,3 mil hectares de soja. Na propriedade dele não chove há mais de 20 dias e o produtor já calcula as perdas.

No município vizinho, Chapadão do Sul, a falta de chuva também está causando problemas.
Rudimar Borgelt plantou 580 hectares de soja. A colheita começou no final de janeiro e já está na reta final. Ele teve que antecipar os trabalhos porque a soja amadureceu mais cedo. "Ela maturou antes do tempo previsto e isso não encheu o grão como deveria", diz.
Em Goiás, o calor em excesso também prejudica a safra da soja. Um levantamento da Federação de Agricultura do Estado indica que a produtividade deve cair mais de 10%.