Na primeira avaliação oficial realizada até agora sobre o efeito da estiagem que atinge os canaviais da região Centro-Sul, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou que a intempérie vai "anular" o crescimento inicialmente previsto para moagem de cana na região nesta safra 2014/15, que começará em abril.

O diretor-técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que a seca levará à perda de um volume entre 35 milhões e 40 milhões de toneladas que seriam processadas no próximo ciclo.

Cerca de 20 milhões de toneladas desse volume adicional era de cana que sobrou no campo do ano passado para este (cana "bisada"). Outros 15 milhões a 20 milhões viriam da expansão de área de plantio realizada pelas usinas da região no último ano.

Uma estimativa de perda semelhante foi feita na última sexta-feira pelo presidente do grupo São Martinho, Fábio Venturelli, que projetou que o Centro-Sul deixaria de colher, por conta da estiagem, um volume de cerca de 30 milhões de toneladas da matéria-prima.

As regiões que mais sofreram com a seca foram em São Paulo, com destaque para Ribeirão Preto, além de Mato Grosso do Sul e Paraná. "O Estado menos afetado foi Goiás", disse o diretor da Unica.

Diante disso, afirmou Rodrigues, a próxima temporada deverá repetir os números da 2013/14, com processamento próximo de 595 milhões de toneladas. "Não vejo mudança significativa nem no mix e nem nos volumes produzidos de açúcar e etanol", disse.