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Notícias / Agronegócio

Em São Paulo frango vivo tem a primeira alta em quase 160 dias

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 Apesar de irrisório, o acréscimo obtido está sendo comemorado. De um lado, porque há 159 dias os avicultores paulistas não registravam ocorrência do gênero. Ou seja: a última correção de preço para cima ocorreu em 12 de setembro de 2013, ocasião em que o frango vivo chegou aos R$3,00/kg. A partir daí, após curto período de estabilidade, o preço do produto só fez recuar, chegando a registrar queda de 25% em relação àquela que foi a melhor remuneração de 2013 (o quadro em Minas Gerais não é muito diferente, exceto pelo fato de a primeira alta ter começado no último sábado, 15; entre os mineiros, porém, o frango vivo não chegou aos R$3,00/kg, como em São Paulo).

Mas, acima disso, o momento é de comemoração porque indica reversão de mercado e fim da apatia que vinha marcando o setor desde os primeiros dias de 2014. Quer dizer: parece que, enfim, o ano começou também para a avicultura de corte (na avicultura de postura o ovo vem obtendo reajustes desde os primeiros dias do mês).

Não que o mercado tenha, repentinamente, se tornado firme. Pois, como informa a Jox Assessoria Agropecuária, ainda há negócios a preços aquém do referencial. Mas as ocorrências do gênero agora são bem menores e tendem ao desaparecimento no curtíssimo prazo, pois a demanda – a despeito de estarmos entrando na segunda quinzena do mês – vem crescendo, enquanto a oferta vem se retraindo em relação às semanas anteriores.

No tocante à oferta, não há surpresa. Contava-se que ela começasse a recuar ainda na primeira quinzena de fevereiro, pois proveniente do menor volume de pintos de um dia alojados no período entre o Natal e o Ano Novo. Mas até isso demorou a ocorrer, pois a restrição prevista foi “atropelada” pela oferta de aves vivas de outros estados, situação agora em fase de regularização.

Além, porém, do alojamento menor, outro fator começa a intervir na disponibilidade presente e vindoura de frangos: as altas temperaturas deste verão, responsáveis por um baixo rendimento das aves em criação e por um significativo aumento da mortalidade. Isso sem contar aquelas mortes em massa decorrentes de cortes no suprimento de energia elétrica aos aviários.

Não chega a ser surpresa, também, o fato de a demanda estar aumentando no decorrer da segunda quinzena: confirmação de que o País retornou à rotina antes do que era normal (invariavelmente, após o Carnaval). Mas aqui, igualmente, há um possível fator adicional a estimular maior demanda pela carne de frango: as altas da carne bovina em pleno período de safra e como decorrência de menor oferta devida, também, às altas temperaturas do corrente verão.

Sob esse aspecto, aliás, a cotação do frango vivo registra neste ano forte deterioração em relação à cotação do boi. Um ano atrás, em fevereiro de 2013, um quilograma de frango vivo alcançava valor correspondente a quase 44% do quilo do boi gordo. Neste ano, a despeito da alta de ontem, essa relação está em menos de 29%. Talvez isso contribua para uma maior demanda pelo frango.
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