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Notícias / Agronegócio

Embrapa realiza Dia de Campo sobre maracujazeiro silvestre

Embrapa

 A produção do maracujazeiro silvestre BRS Pérola do Cerrado foi apresentada em Dia de Campo realizado nessa quinta, dia 27, no Núcleo Rural de Sobradinho (DF) e na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF). O evento foi promovido em conjunto com a Emater-DF e reuniu 120 pessoas entre produtores rurais, técnicos, extensionistas e estudantes.

A BRS Pérola do Cerrado, cultivar silvestre registrada e protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi lançada em maio de 2013 e desde então os viveiristas licenciados já venderam em torno de 30 mil mudas para diferentes regiões do Brasil.

– Essa variedade é um sucesso e veio para ficar. Minha intenção é aumentar minha área de produção, já que a procura por esse maracujá está sendo muito grande. Tudo o que a gente leva para a feira, a gente vende – conta a produtora rural Leda Gama.

Segundo ela, o valor investido na implantação já foi retomado. A programação do evento contou com uma visita à propriedade em que Leda cultiva, de forma orgânica, o BRS Pérola do Cerrado. Essa é a primeira safra do cultivo comercial implantado em 800 metros quadrados da propriedade.

– Estou muito satisfeita e o retorno dos consumidores é o melhor possível. Como não disponho de mão-de-obra, já que aqui trabalhamos apenas eu e meu sobrinho, tivemos que investir em algo que desse pouco trabalho e mais lucratividade. Deu certo – comemora a produtora.

O cultivo do BRS Pérola do Cerrado dá pouco trabalho, pois se trata de uma variedade rústica, cuja ocorrência de doença é consideravelmente menor.

– Isso faz com que ele se adapte muito bem aos sistemas de produção orgânicos, por exemplo – destacou o pesquisador da Embrapa Cerrados Fábio Faleiro.

De acordo com Faleiro, a cultivar não veio para substituir o maracujá comercial.
– É uma opção a mais para o produtor – ressalta.

A pesquisadora Ana Maria Costa explicou a questão da produção de mudas do BRS Pérola do Cerrado. Segundo ela, não são vendidas sementes, apenas mudas, pois a germinação dessa espécie é diferenciada.

– Para que a germinação seja possível, as sementes precisam passar por um tratamento com hormônios de plantas. Dessa forma, conseguimos elevar a taxa de germinação e viabilizar a comercialização e produção – conta.

Atualmente, dois viveiros estão licenciados para a produção e comercialização das mudas para todas as regiões do Brasil. A Embrapa, no entanto, vai abrir um novo edital para o licenciamento de novos viveiristas a fim de facilitar ainda mais a logística de comercialização e envio das mudas.

Cadeia produtiva

Depois de um ano de lançamento do BRS Pérola do Cerrado, é grande a demanda pelo produto, inclusive no exterior.

– A nossa perspectiva de que haja um crescimento dessa cadeia produtiva – afirma Faleiro.
Conforme o extensionista Geraldo Magela, hoje o maracujá ocupa muito espaço no Distrito Federal.

– Junto com os novos híbridos de maracujazeiro azedo da Embrapa (BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado e BRS Rubi do Cerrado), houve introdução de tecnologia. Isso fez com que a produtividade de alguns produtores aumentasse três vezes mais em comparação à média nacional que é de 14 toneladas por hectare – afirmou.

Ainda segundo Magela, o maracujazeiro silvestre BRS Pérola do Cerrado é mais uma alternativa e está conquistando os produtores da região.

Características

O diferencial de mercado do BRS Pérola do Cerrado é que se trata de uma cultivar com quádrupla aptidão: consumo in natura, processamento industrial, ornamental e funcional, já que é rico em sais minerais e antioxidantes. Os frutos, quando maduros, têm coloração verde-claro com seis listras longitudinais verde-escuras. É uma planta tropical e se adapta a diferentes tipos de solo, com exceção daqueles sujeitos à geada e a encharcamento. O principal polinizador das espécies sãos o morcegos herbívoros, mas se plantada em um local sem ocorrência desses animais, a polinização pode ser feita de forma manual.

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