Imprimir

Notícias / Agronegócio

Preço alto do adubo no PR atrapalha compra antecipada de insumos

Globo Rural

 No Paraná, o preço mais alto dos adubos está atrapalhando as compras antecipadas de insumos. O milho safrinha ainda não germinou, mas o agricultor já está preocupado com a safra de verão, que só começa a ser plantada no segundo semestre.

“A preocupação é todo ano com o preço do adubo porque não tem como você plantar uma lavoura e não adubar”, fala o agricultor Mauro Nazzari.

Nazzari é dono de uma fazenda de 170 hectares no município de Maringá, no Paraná. Ele planta soja no verão e milho na safrinha. Ele já pagou mais caro pelo fertilizante que usou na lavoura de milho e teme que o preço continue subindo.

“O adubo na safra de verão preoucpa pela questão do preço. Se o dólar subir, ele sobe muito. Aí a gente tem que ficar atento com a variação do dólar”, diz.

Na hora de planejar a safra, o pessoal vai para Cocamar, uma das principais cooperativas do Paraná, que fornece os insumos para os cooperados. Segundo a Cocamar, em comparação ao mesmo período do ano passado, os adubos já estão custando 10% mais. A previsão é de que o custo geral da lavoura também suba.

“O cálculo é que o agricultor tenha um aumento de custo de 10% a 15% em relação ao ano passado”, explica o gerente da Cocamar, Claudemir Menegon.

Segundo a Associação Nacional Para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo. O país importa cerca de 70% dos fertilizantes que usa e praticamente metade desse volume entra pelo porto de Paranaguá. Toda semana, seis navios descarregam no local.

“O ano que passou nós descarregamos 9,5 milhões de toneladas. Estamos prevendo para este ano 10 milhões de toneladas. O fertilizante vem basicamente da Rússia, Bielorrússia e Canadá", diz Paulo Dalmaz, diretor técnico do Porto de Paranaguá.

O fertilizante é cotado em dólar, por isso, a variação cambial interfere diretamente no preço. No ano passado, a moeda americana teve uma valorização de mais de 15%, começou o ano valendo R$ 1,90 e chegou a R$ 2,45. Hoje, a cotação está na casa dos R$ 2,34, resultado, o adubo está mais caro.

Os principais ingredientes do NPK sofreram um aumento significativo este ano. O nitrogênio teve alta de 6%, o potássio 16% e o fósforo 22%.

Não dá para saber com certeza quanto o dólar e o adubo vão valer em maio, hora em que a maior parte dos agricultores vai fazer suas compras. “De um modo geral, acho que a gente pode prever uma certa regularidade, assim como foi em 2013, tanto na questão de abastecimento como na questão de preços”, fala o diretor da Harbor, Valmor Felipetto.
Imprimir