Imprimir

Notícias / Agricultura

Milho: crise na Ucrânia pode abrir espaço para o Brasil

Agência Estado

 A crise envolvendo Rússia e Ucrânia pode ajudar o Brasil a acessar mais rapidamente o mercado asiático de milho, uma das prioridades do novo ministro de Agricultura, Neri Geller, apontada em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reunidos nesta quarta-feira, 19, com representantes do setor na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, disseram que se a crise na Crimeia ameaçar as exportações ucranianas, o milho brasileiro ganharia terreno especialmente na Coreia do Sul e no Japão.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos projetou as exportações de milho da Ucrânia em 2013/14 em 18,5 milhões de toneladas e da Federação Russa em 21,84 milhões de toneladas. Para o Brasil, o governo norte-americano aponta vendas externas de 20 milhões de toneladas. 'Se houver algum problema (na exportação ucraniana) há uma chance muito forte do Brasil suprir essa demanda', afirmou Thomé Guth, analista do mercado de milho da Conab.

Para Leonardo Machado, técnico da CNA, qualquer suspensão de exportação ucraniana ou mesmo incertezas sobre produção podem mexer com o mercado. 'Uma crise lá pode elevar o preço da tonelada, hoje em cerca de US$ 200', disse. Mas, apesar da possibilidade de o Brasil ganhar mercado para o milho, tanto a CNA quanto a Conab reduziram a perspectiva de exportação do cereal para 19,5 milhões de toneladas.

O volume é menor que o de 2013, quando o Brasil enviou ao mercado externo 26 milhões de toneladas. A queda é justificada pela retomada nas exportações pelos Estados Unidos, que haviam reduzido a comercialização entre 2012 e 2013, abrindo espaço para o Brasil.
Imprimir