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Notícias / Política

Brasil quer acordo com EUA sobre algodão mas não descarta acionar OMC, diz Geller

De Sinop - Alexandre Alves

O Brasil quer acordo com os Estados Unidos sobre a suspensão do pagamento da indenização imposta aos EUA, devido aos subsídios aos cotonicultores norte-americanos, mas não descarta acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), informou, nesta quarta-feira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Gueller.

A OMC determinou, em 2010, que os EUA repassassem anualmente US$ 147 milhões aos produtores brasileiros para compensar o incentivo ao algodão americano, cujo impacto sobre a exportação da commodity prejudicou o Brasil. O pagamento foi suspenso em 2013, com o argumento de corte de orçamento e sob a justificativa de necessidade de aprovação de uma nova lei agrícola, que só ocorreu no mês passado.

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Mas o ministro brasileiro evitou polemizar. Ontem, ele se reuniu com a subsecretária de Serviços Agrícolas Exteriores dos Estados Unidos, Darci Vetter, para buscar uma saída para a disputa envolvendo o algodão. “Vamos tentar fazer o governo norte-americano entender que tem um acordo firmado que foi quebrado. Houve uma quebra de contrato”, disse Geller, ao Estadão Conteúdo.

No mês de fevereiro, depois de uma reunião na Câmara do Comércio Exterior (Camex), o governo brasileiro decidiu não retaliar os Estados Unidos em função do descumprimento do contencioso do algodão. A Camex formou um grupo de trabalho e abriu uma consulta pública no ano passado para decidir sobre a retaliação aos EUA.

A decisão sobre a penalização comercial aos Estados Unidos deveria sair até março deste ano. Em 2009, a OMC concedeu ao Brasil o direito de retaliar os EUA em US$ 829 milhões pelos subsídios ao algodão. Os norte-americanos propuseram um acordo para que a retaliação não fosse aplicada e passaram a fazer pagamentos anuais de US$ 147,3 milhões ao IBA.
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