Produtores de caqui de São Paulo podem ficar sem produto para comercializar. A safra da fruta está atrasada por causa da irregularidade climática e em algumas regiões a quebra pode chegar a 50%.

O agricultor Adilson Nakahara, de Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, conta que viu a oscilação do clima nos últimos meses.

– No começo teve a estiagem, em meados de novembro, o que atrapalhou o desenvolvimento. Depois veio o granizo e, em janeiro, começou a vir mais granizo.

O buraco nos frutos são as consequências das pedras de granizo, que provocaram uma queda em torno de 40% da produção. Já a falta de água causada pela estiagem fez com que os frutos não crescessem, ficassem miúdos ou queimados pelo sol, gerando prejuízo de 50%.

– O mercado rejeita o fruto machucado, pois a pele rompida favorece a penetração de fungos e bactérias. Assim ele nem chega às prateleiras – diz o produtor.

Já no segundo ano consecutivo de safra pouco rentável, o produtor ficou descapitalizado, viu o custo de produção subir e o preço de revenda da fruta estacionar. Mesmo com a diminuição da oferta o valor permanece abaixo do esperado pelos produtores. O preço varia de região para região, mas a média do quilo em São Paulo, no ano passado, era de cerca de R$ 1,20. Hoje, o aumento foi de apenas R$ 0,10.

– A perda de qualidade obrigou o produtor a investir em adubos, calcário, defensivos e tratos culturais, o que acabou tendo custo alto. Com a perda de qualidade, ele não consegue colocar o fruto no mercado e por isso não se remunera – destaca o engenheiro agrônomo da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de Mogi das Cruzes, Renato Alves Pereira.