Imprimir

Notícias / Geral

Projeto de lei que proíbe provas de laço nos rodeios volta a ser debatido nesta semana

Canal Rural

O polêmico projeto de lei que proíbe as provas de laço nos rodeios volta a ser debatido nesta semana, na Câmara dos Deputados. O relator do projeto quer discutir o assunto na Comissão de Agricultura e estabelecer regras para preservar o bem estar do animal.

No Brasil, o rodeio surgiu em 1956. De lá para cá, a tradição se espalhou. Atualmente, cerca de 1,2 mil eventos acontecem todos os anos em todo o país e movimentam mais de R$ 2 bilhões. Só no Rio Grande do Sul os rodeios crioulos são responsáveis por 45% do turismo no Estado. A vaquejada é uma das provas mais importantes e tradicionais do evento. De acordo com o veterinário Gustavo Ferreira, os animais que participam da competição recebem tratamento especial.

– Os animais são muito bem tratados, tem um espaço onde eles ficam pastando a vontade durante o dia e ele só é preso na hora do rodeio. É totalmente inapropriado, para um evento desses, os maus tratos aos animais – relata Ferreira.

Desde 2011, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que proíbe perseguições seguidas de laçadas e derrubadas de animal em rodeios e eventos similares. A multa para quem descumprir a determinação pode chegar a R$ 30 mil.

A Bancada Ruralista é contra e pede que sejam feitas audiências públicas, nas cinco regiões do país, para debater a questão e criar regras que preservem o bem estar animal.

– É preciso ter um equilíbrio, nós não podemos impedir a viabilidade dos nossos rodeios. Temos que ter um critério para responsabilizar os donos dos animais. Porque ele aluga os gados no rodeio para que ele possa ser responsabilizado. Quando esse animal está cansado, ele tem que ser retirado – afirma o deputado e relator do projeto de lei Afonso Hamm (PP-RS).

Para evitar o fim dos rodeios, a Comissão de Agricultura da Câmara também está discutindo um projeto de lei paralelo que transforma a vaquejada em esporte.

– É uma tradição e não é cruel com os animais. O que nós estamos fazendo agora é mais ou menos a mesma coisa que nós fizemos com o rodeio, trazendo para a vaquejada, estabelecendo regras de como um esporte deve funcionar – declara o deputado Moreira Mendes (PSD-RO).

Para Rafael Peropoli, que é laçador há mais de 10 anos e também é dono de uma boiada que participa de rodeios, o pedido de proibição das provas é reflexo da falta de informação sobre o funcionamento da competição e do tratamento dado aos animais.

– Têm os juízes técnicos e se acontece alguma coisa, um tranco mais forte, o laçador é desclassificado. Temos uma regra que temos que seguir. O animal não pode ter nenhuma sequela de sangue na boca, se contatar, o animal pode ser desclassificado e pagar uma multa por isso. Muita gente que fala mal, que critica, não sabe o que está falando. Eu tenho animal com 13,14 anos de rodeio com tratamento especifico veterinário por conta. A parte do laço, por exemplo, preservamos bastante – explica Peropoli.

O autor do projeto, deputado Ricardo Tripoli, aguarda o parecer do relator na Comissão de Agricultura para se pronunciar sobre o assunto. Ainda não há data para a sessão.
 
Imprimir