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Gilberto Carvalho confirma ida a Maraiwatsede e diz que terras foram roubadas de índios

De Brasília - Vinícius Tavares

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, confirmou que irá à reserva Maraiwatsede, em Água Boa, no Araguaia, para acompanhar o processo de desintrusão da gleba Suiá Missú, ocorrida em dezembro de 2012.

O convite foi feito pelos deputados Nilson Leitão (PSDB-MT) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e controle da Câmara para ouvir esclarecimentos sobre a atuação do governo em prol das comunidades indígenas e dos movimentos sem terra.

Na ocasião, os parlamentares desafiaram o ministro a percorrer a situação dos pequenos produtores rurais despejados das terras pela Força Nacional de Segurança por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2012.

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De acordo com Gilberto Carvalho, será a sua terceira visita à região para saber se a terra realmente foi desocupada. Segundo ele, os índios xavantes foram retirados por fazendeiros na época da ditadura militar.

“Foram tirados pela ditadura, retirados de avião. O STF determinou a retirada os posseiros. Eu vou com muito prazer visitar ver se estas terras estão de posse dos indígenas como devem estar”, afirmou durante audiência pública na Câmara federal nesta quarta-feira (9.4).

O ministro rebateu críticas de que os pequenos agricultores ficaram desamparados e sem terras para voltar a produzir.

“Nenhuma pessoa deixou de ter a oportunidade de se inscrever para ser reassentado. O que ocorreu foi uma dura campanha dos fazendeiros para desestimular estas pessoas a fazer esta inscrição nos programas do INCRA”, justificou.
Carvalho lembrou que o INCRA abriu um escritório em Água Boa para fazer inscrições aos pequenos produtores e disse que a Polícia tem gravações de conversas em que fazendeiros estimularam os pequenos a ocupar as terras.

“O INCRA abriu um escritório de modo que todos aqueles que coubessem nos critérios da reforma agrária seriam reassentados. Quem quis, se inscreveu. O problema é que nós temos gravações, de grandes fazendeiros, para legitimar a ocupação de uma terra que não era deles”, concluiu.

Além de Suiá Missú, outras 19 regiões com conflitos agrários serão visitados por parlamentares e pelo ministro. A data das viagens ainda não foi definida.

"Tem que ir lá conhecer estas desintrusões, ministro. Lá em Água Boa tem gente desesperada, muitos já cometeram suicídio. Alguns tinham uma pequena propriedade e hoje estão morando debaixo de um barraco de lona. Os pequenos são os que viraram miseráveis", rebatu Leitão.

 
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