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Notícias / Agronegócio

Mais de 40% dos produtores de tabaco do Sul utilizam técnicas de preservação do solo

SINDITABACO

 A cada nova safra aumenta a participação de produtores rurais em relação à adoção das boas práticas conservacionistas, especialmente o cultivo mínimo e o plantio direto. Dos 160 mil produtores de tabaco da Região Sul do país, mais de 40% já utilizam estas práticas de conservação em suas lavouras. A informação é do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) que comemora este avanço em sustentabilidade por ocasião da passagem do Dia Nacional da Conservação do Solo, na terça, dia 15.

Ao utilizar sistemas de cultivo que protegem o solo, o produtor reduz a demanda de mão de obra, devido à menor necessidade de revolver a camada arável do solo, como ocorre no sistema convencional de cultivo. As orientações chegam aos produtores por meio das equipes de campo das empresas associadas.

– A orientação técnica tem sido de inestimável importância na difusão destas tecnologias e um aliado permanente para o crescimento desta estatística. A expectativa é que mais produtores se mobilizem em torno da adoção destas boas práticas agrícolas, benéficas não apenas para o solo e o meio ambiente, mas para o próprio produtor, uma vez que a mão de obra também diminui – afirma o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke.

No cultivo mínimo, o produtor mobiliza o mínimo possível o solo, protegendo parcialmente a sua superfície com resíduos da cultura anterior ou a biomassa resultante dos cultivos de cobertura, com o objetivo de diminuir os riscos de erosão. O plantio direto na palha é o sistema de cultivo mais eficiente na proteção do solo. Consiste em evitar o revolvimento do solo, preservando integramente a palhada dos cultivos de cobertura sobre a sua superfície.

Além do aspecto conservacionista, esta tecnologia propicia redução no uso de combustíveis fósseis, redução na mão de obra e aumento da rentabilidade do produtor através da redução de custos. Trata-se de um sistema já consagrado e amplamente utilizado no Brasil, inclusive no cultivo de tabaco. O Brasil é, atualmente, uma referência mundial no desenvolvimento e uso desta tecnologia.

Alguns produtores que continuam utilizando o sistema convencional de preparo do solo adotam outras práticas conservacionistas como terraceamento, cultivos de cobertura e plantio em nível, que funcionam como mecanismo de proteção em relação ao escoamento das águas das chuvas, reduzindo a sua velocidade e seu potencial erosivo.

Outra forma de proteger o solo é através da preservação da mata ciliar, localizada no entorno de nascentes e nas margens dos cursos d’água. Além disso, como o tabaco é uma cultura sazonal, permitindo um cultivo sucessivo, as empresas incentivam o plantio de outras culturas, como o milho e o feijão após o tabaco. Esta prática possibilita a redução das populações de pragas e doenças, o reaproveitamento dos resíduos de fertilizantes, constituindo-se em fonte complementar de alimentação e renda das propriedades.

– Ao gerenciar de modo adequado e sustentável as atividades agrícolas, pode-se racionalizar o uso de fertilizantes e agrotóxicos, contribuindo positivamente para a preservação do solo e redução nos riscos de contaminação do meio ambiente – diz Schünke, que também é engenheiro agrônomo.

Programa Microbacias

Para embasar o trabalho contínuo de orientação aos produtores integrados, o SindiTabaco desenvolve desde 2005 o Programa Microbacias, em conjunto com duas universidades federais. Os estudos de análise de concentração de sedimentos na água e avaliação da atividade biológica do solo são realizados na Microbacia do Arroio Lageado Ferreira, em Arvorezinha.

As ações têm como objetivo principal a avaliação do impacto das atividades agrícolas e de ocupação das terras sobre o solo e os recursos hídricos. Nestes locais, o manejo do solo foi modificado sensivelmente com a introdução gradual de práticas conservacionistas como o cultivo mínimo, o plantio direto, o uso de plantas de cobertura, dentre outras práticas.

A experiência obtida no monitoramento de bacias hidrográficas mostra que as práticas de manejo e conservação do solo e água apresentam grande eficiência na redução dos problemas ambientais (erosão, empobrecimento do solo, susceptibilidade às secas, contaminação da água, assoreamento e enxurradas).
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