A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) informou, nesta terça-feira, que os embarques de soja em grão para a China em 2014 devem diminuir em 1 milhão de toneladas (t). O volume deve ficar em 43 mi/t, ante as 44 mi/t da estimativa feita em março.

Conforme a Abiove, o recuo é embasado em recentes cancelamentos de compras da oleaginosa por aquele país. As indústrias chinesas estão esmagando soja com prejuízos de até US$ 100 por tonelada. Por conta disso, muitas traders estão revendo o apetite pelo grão.

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A diminuição no ritmo de esmagamento das indústrias chinesas tem provocado um “estrangulamento” na logística de armazenagem naquele país, nas últimas semanas, lotando armazéns e terminais em portos, e inclusive mantendo navios por dias atracados à espera de desembarque de centenas de toneladas de grãos.

Conforme fontes de agências de notícias, as gigantescas aquisições de soja feitas pela China no primeiro trimestre de 2014, aliado às margens negativas das esmagadoras, têm ocasionado calotes em traders que vendem a oleaginosa produzida em Mato Grosso e Paraná - os dois principais estados produtores do Brasil.

E isso pode trazer prejuízos a produtores mato-grossenses. Isso por que o setor ainda não comercializou 24.4% da safracolhida neste ciclo 2013/14, segundo levantamento de comercialização realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e divulgado na última semana.

Conforme o Imea, a estimativa de comercialização está atrasada em relação à safra anterior em 6.5 pontos porcentuais. Na primeira semana de abril, o índice de venda estava em 75.6%, volume menor que os 82.1% negociados em abril de 2013. Caso haja menos demanda nesse momento, é provável que os preços sofram pressão negativa nas próximas semanas.