A produção de cana-de-açúcar registrou quebras de até 15% nas lavouras e acarretou uma redução de 16,94 milhões de toneladas para a safra de 2014/2015. Projeções da União da Indústria de Cana-de Açúcar (Unica), divulgadas nesta quarta-feira (23), indicam moagem de 580 milhões de toneladas contra as 596,94 milhões de toneladas na última safra.

Neste contexto, o volume de processamento deve ficar 2,84% abaixo do verificado na safra 2013/2014.

Houve um aumento de 5% na área plantada, em contrapartida, a estiagem prejudicou os níveis de produção e a produtividade da cana.Segundo a entidade, o rendimento da área a ser colhida na safra 2014/2015 deve cair em 8% quando comparado a 2013.

"No início de dezembro, o aspecto visual da lavoura de cana-de-açúcar era muito bom, mas a seca intensa observada ocorreu exatamente no periodo de maior desenvolvimento da cana", afirma o diretor técnico da Unica, Antônio de Padua Rodrigues.

A presidente da entidade, Elisabeth Farina, destaca que um ponto positivo foi o aumento nos níveis de geração e exportação de bioenergia elétrica. "Tivemos um aumento de 25% na produção de bioenergia na safra 2013/2014. Embora isso seja importante, não suficiente para superarmos a crise", diz.

Contudo, Farina afirma que este será um ano sem surpresas, com destinação maior ao etanol anidro, "que ajuda a equilibrar os mercados". Do total de cana processada na safra 2014/2015, 56,44% deverá ser destinada à produção de etanol, aumento de 1,66%, "em razão de uma condição do mercado, na qual o etanol remunera mais. Muitas empresas até já saíram do mercado de açúcar", completa Padua. Segundo o diretora aposta é de uma safra mais alcooleira.