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Jaime classifica política indigenista de "nefasta" e acusa governo de ser irresponsável com índios

De Brasília - Vinícius Tavares

A morte de dois agricultores no município de Faxinalzinho, no norte do Rio Grande do Sul, na última segunda-feira (28), por índios Kaingang armados de escopetas, acirrou o clima de violência no campo entre produtores e comunidades indígenas.

Momentos antes do crime, o senador Jaime Campos (DEM-MT) já havia feito um alerta, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, a respeito do problema das demarcações de terras patrocinadas pela Funai.

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Ele foi um dos participantes do debate promovido pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados que debate a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 215) que pretende transferir do Executivo ao Congresso nacional a palavra final sobre as demarcações.

Jaime classificou de “muito oportuno” o debate da PEC 215 em Mato Grosso, uma vez que o Estado abriga inúmeras reservas indígenas em seu território, e por vezes tem sido palco de conflitos agrários nessas localidades.

“Nos últimos anos, este é um assunto que tem causado transtornos tanto para os povos indígenas quanto para a classe produtora, por isso é necessário encontrar um ponto de equilíbrio que garanta segurança jurídica a ambas as partes”, afirmou.

“Tenho a sensação de que há uma irresponsabilidade por parte dos órgãos envolvidos – Funai, Ministério da Justiça e o próprio Poder Executivo – para se resolver a questão indigenista no país”, acrescentou ao lembrar que o Brasil tem uma política indigenista “nefasta, que retira à exaustão tudo do índio e pouco lhe oferece em retribuição”.

Esta foi a quarta de uma série de sete reuniões que o Legislativo federal está realizando em vários Estados para debater a questão com a sociedade, produtores rurais e índios. Em Mato Grosso, a conferência foi presidida pelo deputado federal Nilson Leitão (PSDB).
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