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Notícias / Meio Ambiente

Cipem cobra a manutenção da pauta da madeira

Assessoria Cipem

 O secretário chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Pedro Nadaf, anunciou aos representantes do setor de base florestal que pedirá a manutenção do reajuste da pauta da madeira em 4,1% até 31 de dezembro deste ano, conforme Portaria 039/2014/Sefaz, bem como a revogação da Portaria 09/2014/Sefaz, em reunião pré-agendada para esta sexta-feira (02.05) com o secretário de Fazenda de Mato Grosso, Marcel de Cursi. O comunicado foi feito aos integrantes do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) durante reunião na tarde de quarta-feira (30.04), na Casa Civil.

Na ocasião, os empresários do segmento florestal reivindicaram ao secretário a manutenção dos atuais preços mínimos dos produtos madeireiros . A lista foi atualizada no final de fevereiro deste ano pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), com aprovação de um reajuste médio de 4,1% nos preços dos produtos. A decisão vigora provisoriamente até 10 de maio, quando o Fisco estadual pretende alterar novamente os preços de pauta, com base na Portaria 09/2014.

O documento publicado na data de 11 de fevereiro deste ano majorou os preços mínimos dos produtos de base florestal em 10%, mas a decisão foi alterada provisoriamente em atendimento ao Cipem. Com isso,a aplicação integral do aumento poderia ocorrer após 80 dias, período durante o qual o reajuste ficaria "congelado" na média de 4,1%. Nesse intervalo, a Sefaz havia se comprometido em apresentar uma contraproposta ao Cipem de revisão dos valores dos produtos madeireiros, além de agrupá-los numa relação mais "enxuta". "Vou conversar também com o governador Silval Barbosa para assinar uma nova Portaria estendendo esse índice atual de 4,1% até dezembro e pedir a conclusão do estudo para aglutinar os produtos", afirmou Nadaf.

A reivindicação apresentada pelo Cipem ao Executivo estadual é apoiada pelos deputados estaduais José Riva (PSD) e Dilmar Dal'Bosco (DEM), que também ouviram os representantes do setor de base florestal na quarta-feira (30). O presidente do Cipem, Geraldo Bento, justifica que uma nova alteração na pauta da madeira prejudica o setor, que já enfrenta a maior carga tributária do país. "Precisamos trabalhar com o apoio do governo, porque hoje conseguimos explorar apenas 30% do nosso potencial produtivo e do jeito que está vamos continuar perdendo espaço". Bento acrescenta que o setor não conseguirá absorver um novo aumento nos preços de pauta da madeira, que até então eram corrigidos uma vez por ano.

Para o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan o governo desvaloriza os produtos madeireiros locais com a elevação do preço de pauta, tornando-os menos competitivos em relação aos mesmos produtos ofertados por outros estados, como, por exemplo, o Pará. Estudos realizados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pedido do Cipem, mostraram que em Mato Grosso a pauta da madeira chega a ser 50% superior aos valores de referência adotados no Pará, Acre e Rondônia. "Se o governo mantiver políticas públicas específicas para este setor, que hoje é a quarta economia do estado, ele terá ainda uma sobrevida de mais de 30 anos".

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Médio Norte de Mato Grosso (Sindinorte), Claudinei Mello Freitas, vários empresários da região já deixaram de vender os produtos por causa do aumento da pauta. Dal'Bosco lembrou que o setor de base florestal cobra há um ano a aglutinação dos produtos da lista de preços mínimos e, desde então, alerta que não suporta novas atualizações na pauta da madeira. O deputado Riva, por sua vez, recuperou a contribuição deste segmento empresarial para a economia do Estado. "É uma atividade que alavancou o Estado e pode continuar contribuindo muito para o desenvolvimento econômico".
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