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RS deve ter nova safra recorde de soja em 2015

Zero hora

 Mesmo com a safra 2013/2014 recém encerrada, o anúncio de mais crédito combinado a projeções de maior área cultivada e clima favorável abrem a possibilidade de o Estado ter em 2015 mais uma colheita recorde, pelo menos na soja. O governo federal confirmou ontem que o novo plano agrícola e pecuário terá R$ 156,1 bilhões, 14,7% a mais do que no ano passado — nos últimos três anos, o Rio Grande do Sul ficou com 15% do crédito rural contratado no país. A taxa média de juro subiu um ponto percentual e chegou a 6,5%, contrariando líderes do setor.

Para o gerente técnico estadual da Emater, Dulphe Pinheiro Machado Neto, a soja vai ganhar terreno. Devido à rentabilidade maior, seguirá desbancando o milho, que perde área com a redução de preço, e ocupando espaços da pecuária e do arroz.

– E o produtor vai prosseguir investindo alto em tecnologia na lavoura – acrescenta.

Para o analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, a soja no Estado deve avançar entre 5% e 7% sobre os 5 milhões de hectares do ano passado. Com possibilidade de chuva mais generosa em razão do fenômeno El Niño, a produtividade poderá passar de 2,68 mil quilos por hectare para até 2,9 mil. Mas além de o prognóstico climático ter de se confirmar, há incerteza quanto ao preço.

– Existe a possibilidade de uma supersafra nos EUA. Com isso, os preços da soja teriam uma boa queda – pondera Gutierrez.

A Emater indica que neste ano o Estado colheu o volume recorde de 30,7 milhões de toneladas de grãos. A soja contribuiu com 13,2 milhões de toneladas, também uma marca inédita. Para o economista Tarcisio Minetto, da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, salvo alguma surpresa, a tendência é de manutenção da rentabilidade.

Mas El Niño não é certeza de safra cheia, lembra Bernadete Radin, agrometeorologista da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária.

Embora em regra o fenômeno beneficie a soja e o milho, não são inéditas frustrações, pois também costuma causar mais chuva na primavera, e não no verão.

– Em 2005, tivemos um El Niño fraco – exemplifica, referindo-se ao ano com uma das maiores quebras já registradas no Estado.
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