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Polo de produção de hortaliças, Santo Antônio da Fartura carece de mão de obra, reclama produtor

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

O assentamento de Santo Antônio da Fartura, distrito de Campo Verde (130 km de Cuiabá) é um importante polo de produção de hortaliças na região. Regularizado há mais de uma década, abastece municípios próximos e as duas maiores cidades do Estado, Cuiabá e Rondonópolis.

O local tem boa produção e faz jus ao nome pelas fartas colheitas, mas tem sofrido com a falta de mão de obra e, não fosse por ela, o desenvolvimento poderia ser mais acelerado, segundo conta o agricultor José Onilson Ribeiro da Silva.

Há 14 anos no local, o agricultor produz 8 variedades de alface e está diminuindo um terço de sua produção por falta de gente para trabalhar. Se a produção fosse ainda maior, teria espaço para vender, garante.

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Ele afirma que existem mais de 260 pequenos produtores na região e conta que a situação tem ocorrido com muitos agricultores. A reclamação, segundo ele, é geral.

Para José Onilson, as terras do assentamento foram regularizadas, todo mundo ficou com uma fatia, mas o governo não investiu em estrutura para que todos pudessem produzir.

“Todo mundo com terra por aqui e não sobra ninguém para trabalhar”, pontua o agricultor. Ele ressalta que já anunciou vagas com salários acima do mercado, carteira assinada e não há candidatos suficientes para atender todos que precisam.

José Onilson diz que esse problema é que acaba estacionando o desenvolvimento do lugar, onde se produz tão bem todo tipo de verduras e legumes.

Ele também faz uma previsão pessimista para o futuro, que se não houver mudanças neste cenário, pode ser que daqui a alguns anos, comer um hortifruti fresco seja algo apenas para quem tem muito dinheiro.

Em agosto de 2013, a falta de mão de obra foi um dos grandes temas de discussão da Bienal dos Negócios da Agricultura – Brasil Central, realizado em Cuiabá. Na ocasião, especialistas expuseram a preocupação com um “apagão” e, dentre as possíveis soluções para amenizar o problema, está a sugestão de trocar homens por tecnologia (o que só é possível com recursos) e desenvolver estratégias para aumentar a produtividade de colaboradores.

Na prática, é difícil automatizar alguns processos – e nem há possibilidade de fazê-lo algumas vezes – mas, no caso de José Onilson, a adaptação teve de acontecer, trocando parte da produção de alface por árvores frutíferas. “Precisa de menos gente para trabalhar”, justifica.
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