O Brasil vai muito bem na produção de alimentos, podendo até vender para outros países. Mas tem um produto que consumimos largamente que ainda precisamos importar: o trigo.

O trigo do biscoito, da pizza, do bolo, do pastel e, principalmente, do pão nosso de cada dia não tem produção brasileira que dê conta da demanda. Por enquanto. A pesquisa de novas variedades vai muito bem e cada vez mais esse nobre cereal conquista novos territórios no cerrado.

A região Sul responde por 95% da produção nacional de trigo, mas em MInas Gerais, os trigais quase dobraram de área em dois anos.

Terras planas, altitudes adequadas e temperaturas amenas. Não é de hoje que o trigo é plantado no cerrado brasileiro e estudos explicam que a cultura está por lá há pelo menos 200 anos, mas só a partir da segunda metade do século passado, que a pesquisa vem confirmando a viabilidade econômica da região. O cenário foi despertando o interesse do agricultor, que nunca antes na história havia investido tanto no cultivo como agora.

Somente em Minas Gerais, o número de produtores que investem no trigo cresceu mais de 1.000% em 9 anos. Na Associação de Triticultores do Estado, o quadro de associados neste período passou de 15 para mais de 200.
Tamanha confiança tem a ver com o potencial da área propícia para o trigo no cerrado, estimada em 2 milhões de hectares, irrigados ou não.

De tudo o que contribui para o plantio do trigo no cerrado é o preço que mais influencia na decisão do agricultor na hora de investir na lavoura. Nos últimos dois anos, o valor pago pela tonelada quase dobrou e este bom momento aumentou o cultivo em 30% na comparação com 2013.