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Notícias / Agronegócio

Em SP, falta de acordo entre indústria e produtores atrasa colheita da laranja

Globo Rural

 Impasse entre a indústria de suco de laranja e os agricultores de São Paulo atrasa negociações para a compra da safra, que ainda nem começaram. A colheita está atrasada e já tem fruta estragando no pé.

O pomar está carregado em um sítio em Taquaritinga, nordeste de São Paulo, que tem 15 hectares com 5 mil pés de laranjas. Por causa da seca do início do ano, as frutas estão menores, mas Lindolfo Santos aumentou os tratos culturais e espera registrar a produtividade de mil caixas por hectare.

A fruta está no ponto ideal de colheita, que deveria ter começado há duas semanas, mas o trabalho no campo foi adiado porque os agricultores não sabem a previsão de mercado. Até o momento, a indústria não abriu negociação para compra e, se isto não for feito a tempo, a laranja vai estragar. A fruta que já está esparramada na terra representa 20% da produção e, por enquanto, o prejuízo é de R$ 30 mil para o agricultor.

Um levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola aponta que a safra de laranja no estado de São Paulo deve chegar a 291 milhões de caixas, volume 1,7% superior em relação a colheita passada.

A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos calcula que o estoque de suco de laranja será de 517 mil toneladas até o fim de junho, redução de 32,5% na comparação com o mesmo período de 2013, mas nem a previsão de estoque menor fez aumentar o interesse da indústria.

Enquanto agricultores e empresas não entram em acordo, os trabalhadores rurais estão sem emprego à espera do começo da safra.

A Associação dos Exportadores de Sucos Cítricos informa que as indústrias ainda estão estudando como fazer os contratos depois que o Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo, determinou que a responsabilidade pela mão-de-obra para colheita é das empresas. A associação recorreu da decisão ao Tribunal Superior do Trabalho, mas o recurso ainda não foi julgado.
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