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Ministros Carvalho e Cardozo adiam depoimento na Câmara após manifestações indígenas em Brasília

De Brasília - Vinícius Tavares

Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, adiaram sua participação, prevista para esta quarta-feira (28), na audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara Federal. Por acordo entre deputados e os ministros, ficou marcada nova audiência para a próxima terça-feira, no dia 4 de junho.

O objetivo dos deputados federais ao fazerem as convocações era ouvir os esclarecimentos sobre assassinatos de produtores rurais praticados por indígenas no Rio Grande do Sul e na Bahia, no mês passado.

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O adiamento foi motivado pelas manifestações de índios em Brasília nesta terça-feira (27) quando centenas de pessoas subiram na marquise do Congresso Nacional, no início da tarde, e tentaram invadir o Ministério da Justiça para pedir agilidade nas demarcações de terras.

Logo mais, o grupo se juntou a integrantes de movimentos Anti-Copa que entraram em conflito com a PM ao bloquearam uma avenida importante de Brasília nas proximidades do Estádio Nacional, onde a Taça da Copa estava exposta à torcida.

Os dois ministros haviam sido convocados a pedido dos deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Giovanni Queiroz (PDT-PA), presidente e vice-presidente da Região Norte da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), respectivamente.

“O que vínhamos alertando ao governo há meses, infelizmente, aconteceu. Dois jovens produtores rurais foram covardemente assassinados por índios caingangues, no dia 28 de abril. Os agricultores Alcemar, 41 anos, e Anderson de Souza, 26 anos, já prisioneiros, foram atingidos pelos tiros. Primeiro nos órgãos genitais, depois nos joelhos e ainda vivos, foram brutalmente espancados até a morte”, afirmam os deputados, no requerimento de convocação. Membros da FPA também vão pedir explicações dos ministros sobre outros crimes praticados por índios contra produtores rurais.

“Os índios, de posse de um documento assinado pelo ministro José Eduardo Cardozo, garantem que a tragédia foi motivada porque o titular da pasta da Justiça não cumpriu um acordo firmado. No documento, datado de 19 de março, o ministro Cardozo assume o compromisso de receber as lideranças indígenas para dar prosseguimento às negociações sobre a requerida demarcação, em uma nova reunião que seria realizada no dia 5 de abril”, prosseguem os deputados.

Segundo eles, as datas combinadas passaram e o ministro não cumpriu a promessa. “Revoltados, os índios resolveram bloquear as estradas. O trânsito foi interrompido nas primeiras horas da fatídica segunda-feira. Mesmo sabendo do clima de tensão no município – pois não dá para acreditar que ele não fosse informado – o senhor Cardozo nada fez para tentar impedir o crime que se concretizaria horas mais tarde”, justificaram.

Atualizada às 09:34

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