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Notícias / Agronegócio

Produtores de gengibre que investiram na irrigação aproveitam bons preços

Canal Rural

 A safra de gengibre deve ser 30% menor na principal região produtora de São Paulo. A estiagem do verão prejudicou a produção, mas quem investiu em irrigação agora aproveita os bons preços do mercado.

Em 2013, uma caixa com 20 quilos de gengibre valia em torno de R$ 20, hoje, pode ser vendida por até R$ 80. O aumento de consumo e a menor produção explicam o salto do preço. Em São Paulo, devem ser colhidas quatro mil toneladas do rizoma, quase duas mil toneladas a menos que no ano passado.

– Este ano tivemos veranico, que é principalmente no mês de janeiro. Esse veranico se estendeu por janeiro, fevereiro e março. Então, a gente teve um período muito seco e o gengibre como é um rizoma, ele acumula muita água. Quando você não tem água suficiente a produção é muito baixa e a qualidade do produto também fica comprometida – explica o agrônomo Raul Rozas.

Irrigação

O produtor Salum Tavares, de Tapiraí, investiu na irrigação para não prejudicar a produção. Ele conta que foram gastos R$ 15 mil para fazer a irrigação em seis hectares, o que aumentou o custo em 20%. Apesar disso, Tavares diz que a alta produção de 40 toneladas por hectare, numa época de gengibre valorizado, garante a lucratividade.

O gengibre gosta de solos mais ácidos, com boa umidade e textura argilo-arenosa. A cultura tem ciclo de nove meses, mas é possível atrasar a colheita. Tavares conta que o gengibre é distribuído para diversas regiões do país e até para o mercado internacional. Ele conta que a produção só não é maior devido a presença de fungos do solo que deixam o gengibre com a cor bem mais escura que o normal. Para diminuir a presença do fungo e garantir a produtividade, é preciso fazer rotação de culturas.

O mês de julho é o pico da colheita, mas o gengibre deve continuar com preços atrativos para o produtor até o fim do ano.

– A tendência é quando chegam os meses de outubro, novembro, dezembro, que quase não tem produto nesta época no mercado, é que ele chegue a alcançar um preço como nunca alcançou – diz Rozas.
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