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Notícias / Agricultura

Culturas de inverno do Sul do Brasil já têm perdas de produtividade

Canal Rural

 O número das cidades afetadas pelos temporais cresce a cada dia no Sul do Brasil. A região tem sofrido a influência de frentes frias estacionárias e já existe outra a caminho do Rio Grande do Sul, ao longo desta quinta, dia 3.

A chuva mais forte vai ficar concentrada justamente em áreas onde o solo ainda está encharcado e em processo de erosão. Nos últimos dias, as áreas mais afetadas foram a região das Missões, o norte e centro gaúchos, com acumulados de aproximadamente 160 milímetros, valor que ultrapassa em cerca de 100 milímetros a média climatológica do mês.

– Os volumes mais elevados serão verificados no centro e oeste do Rio Grande do Sul, além da região das missões – diz a meteorologista Desirée Brandt.

Ao longo da quinta, dia 3, a chuva vai avançar e atingir o sul e o oeste de Santa Catarina e também o sudoeste do Paraná. Estima-se que os acumulados de chuva entre esta quinta e a próxima terça, dia 8, cheguem a até 130 milímetros no oeste gaúcho; 70 milímetros no sul do Estado; 15 milímetros no norte e 30 milímetros na região metropolitana de Porto Alegre.

Vale ressaltar que, neste período, o frio da manhã vai perdendo intensidade, e durante a tarde as temperaturas ficam mais amenas, mas não se elevam muito, devido à nebulosidade e à chuva. A partir de segunda, dia 7, o sistema se afasta e o tempo volta a ficar firme no Estado.

Enchentes

O Rio Grande do Sul já tem 88 municípios afetados pelas chuvas e 11,5 mil pessoas estão fora de suas casas. Há 34 decretos de situação de emergência, sendo que em Iraí, cidade localizada no norte do Estado, foi decretada calamidade pública. No início da semana, 20 estradas foram bloqueadas por conta das enchentes.

No oeste de Santa Catarina a situação também é crítica. Cidades como Joaçaba (SC) e Chapecó (SC) foram as mais prejudicadas e há 23 municípios em situação de emergência. No Paraná, a chuva deixou de ser o destaque e o frio da última madrugada é que pode ter sido o vilão das lavouras. Segundo um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Agricultura, cerca de 30% das lavouras de trigo e 60% das lavouras de milho estão em fase de floração e frutificação, fases fenológicas em que a planta é mais suscetível às baixas temperaturas.

Toledo, Palotina e Campo Mourão, grandes cidades produtoras de grãos do Paraná, tiveram recordes de frio e as temperaturas mínimas chegaram a apenas dois graus no início desta quarta, dia 2. Ainda é cedo para diagnosticar os prejuízos, mas é fato que culturas como o trigo, milho, pastagens e hortaliças tiveram perdas em seus potenciais produtivos. Com a chegada da nova frente fria, o frio diminui em todo o Sul do Brasil e não há previsão de geadas para esta quinta, dia 3.
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