Aos poucos os agricultores e criadores de Santa Catarina vão retomando as atividades nas propriedades que foram atingidas pelas enchentes do final de junho, mas ainda deve demorar algum tempo para que a produção volte ao ritmo normal.

As vacas estão produzindo 40% menos leite em uma propriedade em Palmitos, oeste de Santa Catarina. A enchente comprometeu quase toda a alimentação dos animais e levou 700 toneladas de silagem de milho, que dão energia ao gado. O pasto complementa o sustento, mas só sobrou metade da produção. O produtor Alisson Ariotti vem comprando feno e conta que o custo com os animais subiu em torno de 30%. Para a produção voltar ao normal, ele estima que deve demorar um ano.

Em outra propriedade houve deslizamentos de terra. O solo se moveu e destruiu a parte do aviário que estava sendo ampliada. O criador Flávio Ernzen conta que gastou todas as economias.

No norte de Santa Catarina, a água subiu menos, mas também prejudicou a agricultura. Uma plantação de pepinos secou e, apesar da boa aparência, outras hortaliças também apodreceram.

A plantação de batata doce foi dizimada. A lavoura tinha, pelo menos, 20 tipos de hortaliças e o produtor Mário Voigt pretendia vender para os mercados da região, mas nos dias de enchente, ele não conseguiu escoar nem o que já havia colhido porque a propriedade ficou ilhada. O prejuízo estimado é de R$ 40 mil.