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Notícias / Agronegócio

Estiagem de setembro e outubro pode diminuir área plantada com soja nesta safra

De Sinop - Alexandre Alves

 A estiagem prolongada que ocorreu durante o mês de setembro e em parte de outubro, em várias regiões de Mato Grosso, fez alguns produtores rurais reverem a quantidade de área plantada com soja na primeira safra, com receio de perdas. No decorrer daqueles meses, quando caem as primeiras chuvas no Médio-Norte mato-grossense – maior região produtora do Estado -, praticamente não houve precipitação e inviabilizou alguns plantios.

O produtor Sílvio Dias Marques, que semeia cerca de dois mil hectares em quatro fazendas entre Nova Mutum e Sorriso, informou ao Agro Olhar que a “seca de setembro” o obrigou a refazer o plantio de boa parte da safra e acredita que entre 8 a 9% da área planejada ficarão sem serem cultivados.

“Isso por que foram muitos dias sem chover e eu já havia plantado quase 500 hectares depois da primeira chuva. Então eu tive que parar os trabalhos e retomar só no começo de outubro, quando caíram boas chuvas. Assim não terei tempo hábil para semear tudo, pois o prazo ficou muito curto para o maquinário que possuo”, reclamou.

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Quem também lançou menor quantidade de sementes que o previsto foi o agricultor Flávio Socolotto. Ele produz em duas áreas na região e parte ficará sem soja este ano. “Eu acho que aproximadamente 10%. Tive que fazer replantio, faltou semente e até pessoal para trabalhar em dois turnos”.

A estiagem também fez o grupo Vanguarda Agro (V-Agro) – um dos principais produtores de grãos do país, com sede em Nova Mutum – rever suas áreas. No último boletim de informe aos acionistas, enviado na 1ª semana de novembro, a diretoria ressaltou que houve redução de 13,6 mil hectares de soja e substituição por 6,8 mil hectares de algodão de 1ª safra e 6,7 mil hectares de milho de 2ª safra.

A V-Agro ainda reduziu 14,3 mil hectares de algodão de 2ª safra por conta do atraso do plantio da soja e, consequente, não possibilidade de plantio do algodão em sua janela ótima de plantio. A companhia estima em redução total de 6% da área cultivada.

Os números oficiais medidos semanalmente pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) não captaram queda de área plantada até agora. Segundo o informativo desta semana, o Medio-Norte cultivará 3.038 milhões de hectares de soja, o que significa aumento de 1,24% em relação ao ciclo anterior. Contudo, registra o segundo menor incremento de área nas sete regiões analisadas pelo instituto, ficando à frente apenas do Oeste, com 0,60%.

O Médio-Norte responde por 34,52% da área cultivada com soja em Mato Grosso, seguida pela região Sudeste, com 21,63%; Nordeste (Norte Araguaia), 15,27%; Oeste, 12,33%; Centro-Sul, 7,29%; Noroeste, 6,83%, e Norte, 2,12%.
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