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Notícias / Economia

Importações e exportações recuam forte em janeiro

FOLHA DE SÃO PAULO

 Os dados do comércio do Brasil com o exterior mostraram forte desaceleração neste início de ano. A média diária de exportações atingiu em janeiro de 2015 o menor valor para o mês desde 2010, enquanto as importações ficaram abaixo do registrado nos dois últimos anos.

A queda de 10,4% nas vendas externas em relação ao mesmo período de 2014 está relacionada à redução nos preços dos produtos básicos exportados pelo Brasil, principalmente minério de ferro para a China, e também à queda das exportações de veículos para a Argentina.

As importações 12% menores, por outro lado, refletem a queda na compra de bens de consumo, por causa do dólar, e de matéria-prima e máquinas pelo setor produtivo.

Em janeiro, o Brasil exportou US$ 13,7 bilhões e importou US$ 16,9 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento. Como a desaceleração nas compras foi maior do que nas vendas, a diferença, o saldo comercial de US$ 3,2 bilhões, ficou abaixo do resultado negativo de US$ 4,0 bilhões em janeiro de 2014.

O ministério ainda não faz previsões para a balança comercial, mas aposta em um saldo comercial positivo. Em 2014, o Brasil registrou o primeiro deficit desde 2000.

"Não traçaremos meta para exportações. Apenas trabalhamos com expectativa de um saldo positivo no ano", afirmou Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior.

Na pesquisa Focus do Banco Central, a previsão para o saldo está em US$ 5 bilhões. Os analistas consultados, no entanto, vêm revisando as projeções de exportações e importações para baixo.

China

O minério de ferro, cujos preços caíram pela metade em um ano, respondeu por 40% da queda nas exportações em janeiro. Para a China, principal comprador, o recuou foi de 63%. O resultado do mês tirou o país asiático, pelo menos temporariamente, do topo da lista de maiores compradores de produtos brasileiros, posto que ficou com os EUA neste mês.

Godinho citou ainda a queda nas exportações de carnes para a Rússia, incluindo bovina (-67%), suína (-12%) e frango (-14%), mas afirmou acreditar em aumento nas vendas neste ano.

As exportações de veículos caíram 58%, especialmente para a Argentina.

Do lado das importações, as maiores quedas foram nas compras de combustíveis e lubrificantes (-28%), em parte pela queda nos preços no exterior, e de bens de consumo (-14%). Nesse último grupo, destacou-se o recuo em veículos, produtos de toucador (produtos de beleza e higiene) e aparelhos de uso doméstico. Houve ainda recuo de 8% na importação de bens de capital, como máquinas.
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