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Com queda no lucro, HSBC diz que escândalo trouxe 'vergonha' ao banco

G1

 O HSBC divulgou uma queda de 17% no lucro anual antes de impostos, mais forte que o esperado, e cortou sua meta de lucratividade, dizendo que alegações de que seu negócio na Suíça ajudou clientes a cometerem evasão fiscal trouxeram vergonha ao banco.


A divulgação do resultado do maior banco da Europa nesta segunda-feira (23) refletiu o custo de condutas passadas e de se proteger contra o impacto de mais escândalos. O HSBC disse que denúncias sobre suas unidade baseada em Genebra, alvo de buscas por parte de autoridades suíças na semana passada e atualmente objeto de um inquérito no Reino Unido, danificaram muito a imagem do banco.

"Vários de nós, inclusive eu, acreditam que as práticas do private bank no passado são fonte de vergonha e dano reputacional ao HSBC. Acredito que vergonha seria um substantivo adequado para usar", disse o presidente-executivo, Stuart Gulliver, para repórteres.

O próprio Gulliver foi jogado no centro do escândalo no domingo quando o jornal britânico Guardian publicou que ele colocou milhões de libras no private bank suíço do HSBC através de uma companhia do Panamá.

O HSBC teve lucro antes de impostos de US$ 18,7 bilhões em 2014, ante US$ 22,6 bilhões no ano anterior e abaixo da estimativa média de analistas de US$ 21 bilhões, após um impacto de US$ 3,7 bilhões para provisões, multas e acordos com origem em uma série de delitos, incluindo tentativa de manipulação de mercados de câmbio.

Entenda

Uma investigação batizada de "SwissLeaks" apontou que várias personalidades políticas, do mundo do entretenimento, do esporte ou dos negócios estão envolvidas em um caso de fraude fiscal com suas contas no HSBC. Os clientes teriam utilizado artifícios para manter em suas contas dinheiro não declarado entre 2005 e 2007.

As informações foram retiradas do HSBC Suíça pelo ex-funcionário Hervé Falciani. Os dados apontam que quase US$ 180 bilhões teriam transitado por contas do HSBC em Genebra para fraudar o fisco, lavar dinheiro sujo ou financiar o terrorismo internacional.

Segundo France Presse, o Brasil aparece como o nono país da lista, com US$ 7 bilhões nas contas no período em questão. Segundo os arquivos, 8.667 clientes tinham algum vínculo com o Brasil, sendo 55% com a nacionalidade brasileira.
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