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BNDES: Banco desembolsou R$ 187 bi em 2014

OCB

 Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 187,8 bilhões em 2014, valor 1% abaixo do observado em 2013, quando foram liberados R$ 190,4 bilhões. O resultado ainda não reflete a queda no volume de aprovações desde o fim de 2013 e fechou 2014 com redução de 14%, apesar de leve recuperação entre setembro e novembro. Na análise do BNDES, o resultado está em linha com as expectativas, que eram de estabilidade nas liberações.

Longo prazo - "Como as operações são de longo prazo, ainda não é possível perceber a queda no volume de desembolso", explicou o superintendente da área de planejamento do banco, Cláudio Leal, que não projeta quando esse impacto começará a ser sentido. "O orçamento de 2015 ainda não está fechado, mas a expectativa é de queda", disse. Termômetro para medir o ânimo do empresário em investir, as consultas ao banco totalizaram no ano passado R$ 236,2 bilhões ­ montante 15% menor do que o de 2013.

Redução de programas - Em nota, o BNDES comentou que esse comportamento foi influenciado, em parte, pela redução de alguns programas, como BNDES PSI (Programa de Sustentação do Investimento), e BNDES Progeren, voltado ao financiamento de capital de giro.

Infraestrutura - O banco destacou que, no mesmo período, as consultas do setor de infraestrutura cresceram 25%, atingindo R$ 105,5 bilhões em 2014, em linha com as diretrizes estratégicas do governo. O superintendente de planejamento chamou atenção ainda para o impacto da nova política operacional, que restringiu o acesso aos juros subsidiados, o que provocou a queda da participação do BNDES nas operações para 70%.

Enquadramento - "O enquadramento das operações este ano já embute uma participação de projetos com juros de mercado (e não TJLP) três vezes maior do que a média histórica nos últimos anos. Sinal de que o impacto da nova política operacional não foi tão negativo", afirmou o superintendente, que diz não saber a razão da diminuição nas consultas, se isso se deve a restrições do banco, ou a uma conjuntura de adiamento de investimentos. Houve, ainda, queda de 14% no total de aprovações de crédito no ano passado, em comparação com o ano anterior, que atingiram R$ 204,8 bilhões.

Desempenho positivo - Como nas consultas, o BNDES observou que as aprovações ao setor de infraestrutura tiveram desempenho positivo, chegando a R$ 80,3 bilhões, uma alta de 9% no período. Ao detalhar os desembolsos do ano passado, o BNDES informou que as liberações de crédito foram lideradas pelo setor de infraestrutura, com R$ 68,9 bilhões, alta de 11% em 2014 ante ano anterior.

Participação - A participação do setor sobre o total desembolsado pelo BNDES em 2014 foi de 36,7%, com destaque para os segmentos de transporte rodoviário (R$ 21 bilhões) e energia elétrica (R$ 19 bilhões). Em termos relativos, no entanto, o maior crescimento de liberações em 2014 ante 2013 entre os setores (de 97%), foi para telecomunicações, com liberações de R$ 5,3 bilhões em 2014.

Indústria - À indústria foram destinados R$ 50 bilhões em 2014 (ou 26,7% do total) ­ recuo de 14% sobre o desempenho de 2013. Os maiores desembolsos para o setor foram para os segmentos de material de transporte (R$ 11,5 bilhões), química e petroquímica (R$ 9,2 bilhões) e alimentos e bebidas (R$ 7,2 bilhões). "A queda no apoio do banco é um desafio para a indústria", reconheceu, frisando que as restrições no Progerem e também no Pré­embarque para Exportação, por decisão do governo, tiveram impacto de R$ 6 bilhões nas aprovações registradas no ano.

MPMEs - Às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o banco destinou R$ 59,4 bilhões em financiamentos no ano passado. Com isso, as MPMEs tiveram participação de 32% sobre os desembolsos globais do banco. O número de operações realizadas nesse segmento foi recorde, atingindo 1,1 milhão e representando 96,2% do total. Contribuiu para esse resultado o Cartão BNDES, que realizou, no ano passado, quase 800 mil operações, com liberação recorde de R$ 11,5 bilhões, informou a instituição.

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