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Economia brasileira cresce 0,36% em fevereiro

O Globo

 A economia brasileira cresceu 0,36% em fevereiro pelas contas do Banco Central. O número veio muito acima das expectativas dos economistas do mercado financeiro, que eram de uma retração de 0,2% do IBC-Br, o índice de crescimento criado pela autarquia. A nova metodologia oficial de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) influenciou. Além da surpresa positiva no mês, a autoridade monetária ainda revisou o forte resultado negativo de janeiro que - quando divulgado no mês passado - contaminou as estimativas e consolidou o pessimismo entre os analistas.

Segundo o BC, a retração da economia brasileira em janeiro não foi de 1,34% como foi publicado na época. A queda foi de apenas 0,11% no mês pelos cálculos revisados feitos com dados atualizados. Isso pode reverter ou pelo menos amenizar a trajetória de deterioração das expectativas de crescimento para o ano.

Para o diretor de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, entretanto, a surpresa positiva não reverte a ideia de que haverá retração da economia no primeiro trimestre.

– Tal discrepância, no entanto, reflete uma mudança de metodologia do indicador, com a finalidade de acompanhar as alterações ocorridas no PIB do IBGE. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 3,16%. De qualquer forma, o resultado não altera nossa expectativa de retração do PIB no primeiro trimestre – alertou o economista.

De acordo com a pesquisa semanal que o BC faz com analistas do mercado financeiro, a recessão deve ser de 1,01% neste ano. No entanto, há economistas que esperam um cenário muito pior com a previsão de que a economia brasileira encolha até 2% em 2015.

Até agora, o IBC-Br mostra que a atividade retraiu 1,1% nos dois primeiros meses do ano. Em 12 meses, a queda é de 0,6%.

O pessimismo do mercado financeiro em relação ao IBC-Br foi reforçado após o IBGE divulgar, na terça-feira, que o comércio teve o pior desempenho dos últimos 12 anos. As vendas no varejo fecharam em baixa frente a janeiro, com resultado negativo de 0,1% em volume. E na comparação com fevereiro de 2014, o resultado foi ainda mais fraco, com retração de 3,1%.

Essa queda é explicada por fatores conjunturais: a renda das famílias está mais apertada porque a inflação alta engoliu parte dela e os juros estão em alta e os bancos estão mais cautelosos para emprestar numa expectativa de alta do desemprego. Além disso, o preço da gasolina em alta aumentou os custos das empresas.

O dado do varejo é um dos itens que compõem o IBC-Br, que é um cálculo para estimar o crescimento, já que o dado oficial, calculado pelo IBGE, é mais complexo e demora a sair. O PIB do BC é mais simples e é divulgado mais rapidamente. Assim, os economistas sabem qual o crescimento olhado pelo Banco Central na hora de calibrar a política de juros para conter a inflação.

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