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Notícias / Agricultura

Recorde em produtividade não impactou nos preços do milho em Mato Grosso

Da Redação - Viviane Petroli

 O volume recorde de produtividade de 106,89 sacas por hectare e consequentemente uma produção de 21 milhões de toneladas, a segunda maior da história em Mato Grosso, não inibiram os preços do cereal que mantiveram-se em alta em 2015. O estado encerra o ano com a saca cotada em média a R$ 19, montante superior aos R$ 16,38 constatados em dezembro do ano passado.

Ao contrário dos últimos dois anos, quando se viu a saca de 60 quilos do milho chegar a R$ 8,50 em alguns municípios, como em Sorriso, não houve em 2015 a realização do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). A comercialização feita por meio de leilões visa o escoamento da produção diante os abaixo do preço mínimo. No caso do milho em Mato Grosso há duas safras o valor mínimo da saca estipulado pelo governo federal é de R$ 13,56, valor este que deverá permanecer em 2016.

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"Mesmo com a produção desta temporada (2014/2015) sendo a segunda maior da história, a expectativa de que esse fato impactaria negativamente nos preços acabou não se confirmando, e a cotação do cereal em Mato Grosso registrou valorização em plena colheita. Tal fato só foi possível graças à forte elevação do dólar frente ao real que ocorreu durante o ano", explica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Custo produção recorde

Apesar dos preços positivos da saca de 60 quilos em pleno pico de colheita do milho, o produtor deparou-se com o recorde do custo de produção, que já vinha apresentando altas desde o ciclo 2013/2014.

O custo de produção da safra 2014/2015 ficou em média a R$ 1.971,39 por hectare em Mato Grosso. As estimativas para o ciclo 2015/2016 apontam um desembolso de R$ 2.528,84 por hectare.

O Imea destaca que além do custo de produção, o preço do frete no pico do escoamento do cereal (setembro e outubro) acabou prejudicando o preço pago ao produtor. "Apesar desses fatos negativos, o dólar foi a variável que renovou os ânimos para a cultura do milho em 2015, já que aumentou a competividade do cereal mato-grossense, beneficiando assim a demanda externa do Estado, que deve ser uma das maiores da história".
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